A árvore-nuvem, pertencente ao gênero Polylepis, é uma das espécies vegetais mais fascinantes do mundo. Encontrada nos altos Andes, essas árvores crescem até altitudes de 5.000 metros acima do nível do mar, sendo as árvores de maior altitude do planeta. Elas capturam umidade das nuvens e das geleiras andinas, liberando água de forma gradual e abastecendo os riachos que alimentam o rio Amazonas.
Essas florestas hoje estão reduzidas a apenas 1% a 10% de sua extensão original. Isso devido ao desmatamento e à expansão humana ao longo dos séculos.
Iniciativas de preservação lideradas por comunidades locais
Constantino Aucca Chutas, biólogo peruano e descendente de incas, lidera esforços para proteger as florestas de Polylepis. Ele fundou a Acción Andina, que visa restaurar um milhão de hectares dessa floresta até 2045. Desde 2018, a organização plantou mais de 10 milhões de árvores em colaboração com comunidades indígenas nos Andes.
Valor cultural e ambiental da árvore-nuvem
Para as culturas andinas, especialmente os descendentes dos incas, a árvore-nuvem carrega um simbolismo. Eles acreditam na harmonia entre seres humanos e natureza, valorizando princípios como o “Ayni e Minka” – cooperação mútua pelo bem comum. Esse vínculo cultural reforça o compromisso em proteger essas florestas.
Do ponto de vista ambiental, essas árvores desempenham um papel fundamental na retenção de solo, na preservação de água e na regulação climática.
Perspectivas para o futuro
Com o apoio de organizações internacionais e comunidades locais, a restauração das florestas de Polylepis serve como modelo de conservação ambiental liderada por pessoas. O reconhecimento, como o Prêmio Earthshot de 2024, destaca a importância dessas iniciativas para o futuro do planeta.
