A dor crônica afeta milhões de pessoas ao redor do mundo, sendo caracterizada por sintomas que persistem por mais de três meses, mesmo sem a presença de uma lesão evidente. Segundo o Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos (ELSI-Brasil), 37% dos brasileiros acima dos 50 anos convivem com essa condição, que é mais prevalente entre mulheres, pessoas de baixa renda e indivíduos com comorbidades como artrite, depressão e histórico de hospitalizações.
O que diferencia a dor crônica da dor comum?
Diferentemente da dor comum, que surge como uma resposta imediata a uma lesão ou inflamação, a dor crônica persiste mesmo após a recuperação do corpo. Além disso, está frequentemente associada a sintomas como transtornos de humor, ansiedade e alterações no sono. Estudos mostram que a prevalência da dor crônica aumenta com a idade, afetando até 70% da população idosa.
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Quais são os tipos mais comuns de dor crônica?
Os tipos mais prevalentes incluem:
- Dor lombar e artrose: Principais causas de incapacidade e perda de produtividade.
- Enxaqueca: Afeta cerca de 15% da população mundial e está entre as dores mais incapacitantes.
- Fibromialgia: Afeta 2% da população e é mais comum em mulheres. Caracteriza-se por dor difusa, fadiga, distúrbios do sono e alterações de memória.
- Dor neuropática: Pode surgir após infecções, como o herpes zoster, e causar desconforto persistente.
A fibromialgia, em particular, apresenta desafios no diagnóstico, já que exames laboratoriais e de imagem geralmente não indicam anormalidades. Segundo especialistas, a causa está em uma desregulação do sistema nervoso central, onde o cérebro interpreta sinais normais como dolorosos.
Impactos econômicos e sociais da dor crônica
Nos Estados Unidos, estima-se que a dor crônica custe cerca de 500 bilhões de dólares por ano devido à perda de produtividade e aos gastos com saúde. No Brasil, pacientes com essa condição podem gerar custos anuais superiores a 100 mil reais, considerando ausências no trabalho e despesas médicas.
Tratamento multidisciplinar: um caminho eficaz
O tratamento da dor crônica vai além do uso de medicamentos, como opioides, que são utilizados por cerca de um terço dos pacientes. É essencial adotar uma abordagem multidisciplinar que inclua fisioterapia, prática de exercícios físicos supervisionados, psicoterapia e, em alguns casos, mudanças no estilo de vida.
“A sociedade muitas vezes busca soluções rápidas, como medicamentos, mas atividades físicas e psicoterapia têm mostrado eficácia igual ou maior no alívio da dor crônica”, afirma o neurologista André Macedo.