Jean Piaget, nascido em 9 de agosto de 1896 em Neuchâtel, Suíça, deixou um legado na psicologia infantil e na educação moderna. Com uma formação inicial em biologia, Piaget se tornou um dos mais influentes psicólogos do século 20. Sua teoria sobre o desenvolvimento cognitivo infantil trouxe uma nova perspectiva sobre como as crianças pensam e aprendem.
Seu interesse pela ciência começou cedo, quando, aos 11 anos, publicou um artigo sobre um pardal albino, o que refletiu sua curiosidade e rigor na observação. Esse amor pela natureza o levou a estudar biologia e, mais tarde, a formular questionamentos sobre o conhecimento e a mente humana. Ao explorar essas questões, Piaget desenvolveu uma teoria que marcou o campo da psicologia e transformou práticas pedagógicas.
A influência de Jean Piaget na psicologia infantil
Em sua carreira, Jean Piaget foi para Paris, onde trabalhou com Théodore Simon, colaborador de Alfred Binet, conhecido pelo desenvolvimento de testes de inteligência. Observando as respostas de crianças nesses testes, Piaget percebeu que os erros revelavam muito sobre o funcionamento mental delas. Ele concluiu que as crianças não pensam da mesma maneira que os adultos, mas passam por estágios de desenvolvimento cognitivo distintos.
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Piaget observou que a mente infantil não é uma versão simplificada da mente adulta. Ela funciona com uma lógica própria e se transforma ao longo de diferentes etapas. Com essa percepção, ele iniciou a formulação de sua teoria do desenvolvimento cognitivo, que se tornaria um marco na psicologia e educação.
As 4 etapas do desenvolvimento cognitivo infantil
Jean Piaget descreveu quatro fases principais de desenvolvimento, cada uma representando uma maneira única de entender e interagir com o mundo:
Sensório-motora (0-2 anos)
Nesta fase, as crianças aprendem sobre o mundo através dos sentidos e ações. Elas desenvolvem o conceito de “permanência do objeto”, entendendo que os objetos continuam existindo mesmo quando não estão visíveis.
Pré-operacional (2-7 anos)
As crianças começam a usar a linguagem e símbolos, mas seu pensamento ainda é egocêntrico. Piaget observou, por exemplo, que sua filha ao telefone acreditava que o interlocutor via o mesmo que ela, o que evidencia uma falta de compreensão sobre a perspectiva dos outros.
Operações concretas (7-11 anos)
As crianças começam a pensar de forma lógica em relação a situações concretas. Piaget fez experimentos que mostraram como crianças nessa etapa entendem que a quantidade de líquido é a mesma, mesmo que o recipiente mude de formato.
Operações formais (a partir dos 12 anos)
Nessa fase, adolescentes desenvolvem o pensamento abstrato e a lógica, características fundamentais para o raciocínio científico.
A inovação do método clínico
Jean Piaget introduziu o método clínico, que, em resumo, envolvia observar e questionar as crianças de maneira livre e aberta. Com essa abordagem, ele conseguiu entender como as crianças constroem conhecimento a partir de suas experiências e interações com o ambiente. Além disso, ele identificou dois processos essenciais para esse desenvolvimento: a assimilação, que incorpora novas informações em esquemas existentes, e a acomodação, que ajusta esses esquemas para novas experiências.
O impacto de Jean Piaget na educação
O trabalho de Jean Piaget trouxe uma nova abordagem para a pedagogia. Suas teorias sugerem que o aprendizado deve ser adaptado ao desenvolvimento cognitivo da criança, com experiências que permitam a exploração ativa. Piaget defendia a ideia de que a educação deveria formar indivíduos capazes de criar e inovar, e não apenas repetir o conhecimento transmitido.
Legado e relevância atual
Embora a neurociência e a psicologia tenham revisado aspectos da teoria de Jean Piaget, seu legado permanece vivo. Suas ideias sobre o desenvolvimento infantil ainda influenciam práticas pedagógicas em todo o mundo. A observação detalhada e o enfoque na construção ativa do conhecimento reforçam a importância de adaptar o ensino às necessidades cognitivas de cada fase infantil.