Duas descobertas dividiram o Nobel de Química deste ano. David Baker, da Universidade de Washington, recebeu o prêmio por sua pesquisa no design computacional de proteínas. Do outro, pesquisadores do Google DeepMind receberam o prêmio pela criação de um modelo de Inteligência Artificial (IA) que prevê o desenvolvimento de estruturas proteicas. Ambos os trabalhos representam avanços para a ciência e podem gerar benefícios diretos para a saúde.
David Baker: pioneiro no design de proteínas
David Baker desenvolveu novas proteínas e, com isso, alcançou um marco em 2003 ao criar uma proteína totalmente nova, uma tarefa que antes era considerada quase impossível. A partir do uso de algoritmos computacionais, Baker conseguiu construir estruturas proteicas capazes de desempenhar funções específicas no organismo humano.
Nesse sentido, a habilidade de criar proteínas transforma áreas como a imunoterapia, fornecendo soluções no combate a doenças como o câncer e outras condições imunológicas.
Google DeepMind e a previsão de estruturas proteicas
Os pesquisadores do Google DeepMind utilizaram inteligência artificial para prever como uma proteína se dobra e forma sua estrutura final. Além disso, a equipe desenvolveu um modelo capaz de prever a estrutura de cerca de 200 milhões de proteínas, consequentemente revolucionando a compreensão das interações biológicas.
Essa descoberta já trouxe benefícios, como o avanço no entendimento da resistência bacteriana a antibióticos e a criação de enzimas capazes de decompor plástico. A Academia Real Sueca de Ciências afirma que essa tecnologia já beneficiou direta ou indiretamente mais de 2 milhões de pessoas.
Impacto global e futuro da pesquisa
As duas pesquisas premiadas com o Nobel de Química têm o potencial de transformar a ciência moderna. O trabalho de David Baker no design de proteínas e o uso de IA pelos cientistas do Google DeepMind oferecem ferramentas para melhorar a saúde e enfrentar problemas ambientais. Esses avanços destacam o papel fundamental da tecnologia no desenvolvimento científico e mostram como a interdisciplinaridade pode gerar inovações de impacto profundo.