A preservação ambiental tem ganhado força em propriedades rurais do estado de São Paulo, impulsionada por um programa do governo estadual. O projeto Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) remunera pequenos agricultores que adotam práticas sustentáveis, promovendo a conservação do solo e da água. Atualmente, mais de 200 projetos de preservação ambiental estão em andamento em diversas regiões do estado.
Como o PSA funciona
O PSA, gerido pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, utiliza recursos do Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (Feap) para financiar projetos sustentáveis. Dois programas principais compõem essa iniciativa: o Berços d’Água e o Águas Rurais, ambos focados na recuperação e conservação de recursos hídricos e do solo.
Os agricultores que aderem ao PSA recebem suporte técnico para desenvolver e implementar projetos que ajudam a preservar a integridade ambiental de suas propriedades. Após a conclusão das melhorias, os produtores são reembolsados pelos investimentos feitos. Desde seu lançamento em agosto de 2023, o programa já completou 106 projetos, abrangendo uma área de 2.480 hectares.
Histórias de sucesso na preservação ambiental
Vários produtores rurais relatam os benefícios trazidos pelo PSA. Juliano Colletti, produtor de leite em Macaubal, por exemplo, foi um dos que aderiu ao programa Berços d’Água em 2023. Sua propriedade, que enfrentava problemas de erosão, foi beneficiada com a construção de curvas de nível e uma cacimba, que agora ajuda a armazenar água para o gado. “Sem o PSA, eu não teria condições de fazer essas melhorias”, afirma Juliano.
Outro caso é o de Márcio Bonfá, que instalou cercamento de concreto em sua propriedade para impedir que o gado continuasse a danificar áreas de preservação. Com o apoio do PSA, sua propriedade agora conta com um sistema eficiente de armazenamento de água, que tem melhorado a qualidade da pastagem por mais tempo.
Preservação ambiental e recursos hídricos
Além das melhorias em solo, o PSA também tem foco no uso sustentável da água. Um exemplo disso é a propriedade em Monte Alegre do Sul que recebeu um berço d’água para conter a erosão causada pela chuva. O projeto não só ajudou a proteger o solo, mas também contribuiu para a recarga dos lençóis freáticos durante os períodos de estiagem, garantindo água disponível para a irrigação.
Adilson Donizeti, assistente de planejamento da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), explica que o acompanhamento técnico é um dos pilares do sucesso do programa. “Nós monitoramos todo o processo, desde a criação do projeto até a entrega final das melhorias”, afirma. Esse suporte contínuo é essencial para garantir que as práticas de preservação ambiental sejam duradouras e sustentáveis.