O Ateliê Iza do Amparo, um marco na cena artística do Sítio Histórico de Olinda, está celebrando seus 40 anos de existência. Fundado em 1981 por Iza do Amparo e seu falecido esposo, Humberto Magno, o espaço tem sido um ponto de referência para artistas e visitantes, destacando-se pela sua contribuição às artes plásticas pernambucanas.
Primeira exposição do Ateliê Iza do Amparo
Para marcar essa data especial, foi lançado o circuito “Da Casa-Ateliê de Artistas-Etcétera ao Agora: Duas Gerações, Quatro Desdobramentos”. Este evento, incentivado pelo Funcultura, consiste em quatro exposições individuais ao longo de um ano, cada uma celebrando as diferentes gerações de artistas que compõem o ateliê. A primeira exposição, intitulada “Artista-Cientista Paulo do Amparo: Das Manufeituras à Zoada do Teu Momento”, será inaugurada neste sábado, 13 de julho, às 16h, no Museu Regional de Olinda.
Curada por Ana Gabriella Aires, a exposição de Paulo do Amparo apresentará suas produções mais recentes, incluindo trabalhos em litogravura e eletrogravura, realizados em parceria com Ricardo Melo. O público também poderá conferir criações do Xekerall, coletivo de pesquisa em música e eletrônica que Paulo integra junto ao produtor musical Homero Basílio. Dentre as peças em exibição, destaque para o “Badoque”, um disparador de sons inovador que funciona como um sampler simplificado e acessível.
O conceito de artista-etcétera
Ana Gabriella Aires destaca a importância do conceito “Artista-Etcétera”, emprestado de Ricardo Basbaum. Este termo refere-se a artistas que questionam a natureza e função de seu papel, mantendo fortes conexões com os circuitos locais onde estão inseridos.
Histórico do espaço
Nesse sentido, o Ateliê Iza do Amparo não é apenas um espaço físico, mas também um símbolo de resistência e acolhimento. Desde sua fundação, tem sido um local de criação e convivência, onde os artistas Iza, Humberto, Paulo e Catarina do Amparo desenvolvem suas obras e interagem com a comunidade. A casa-ateliê também é lembrada por seu ambiente de fruição artística e boas conversas, atraindo visitantes interessados na rica história cultural de Olinda.
Em 1981, Iza do Amparo (então Maria Luiza) e Humberto Magno estabeleceram-se na Rua do Amparo, no coração do Sítio Histórico de Olinda. Na época, a cidade vivia um momento efervescente na cena das artes plásticas, com inúmeros ateliês ativos. Junto a outros artistas como Rodolfo Mesquita, Ismael Caldas e Jairo Arcoverde, o casal participou de um movimento que desafiou o status quo da elite artística recifense, conforme lembra o curador Raul Córdula.
Programação especial e visitas guiadas
Durante a exposição de Paulo do Amparo, que vai até 11 de agosto, haverá visitas guiadas com audiodescrição, voltadas para estudantes de Artes Visuais do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE) e pessoas com deficiência visual. Estas visitas, conduzidas por Paulo e Iza do Amparo, incluirão um tour pelo ateliê e um bate-papo sobre a história dos ateliês em Olinda Alta desde os anos 1970.
Além de criar e expor suas obras, Iza do Amparo, agora com 74 anos, dedica-se a transmitir seus conhecimentos. Ao longo das décadas, ela ofereceu oficinas e compartilhou técnicas com novos artistas, fortalecendo a cena artística local. “Eu sou essa casa”, afirma Iza, refletindo a profunda conexão entre sua vida e o ateliê que ajudou a criar e manter.
Leia também:
Serviço
- Evento: Da Casa-Ateliê de Artistas-Etcétera ao Agora: Duas Gerações, Quatro Desdobramentos
- 1ª Exposição: Artista-Cientista Paulo do Amparo: Das Manufeituras à Zoada do Teu Momento
- Data: sábado, 13 de julho
- Local: museu Regional de Olinda – Rua do Amparo, 128, Sítio Histórico de Olinda
- Horário: 16h
- Visitação: até 11 de agosto, de quinta a domingo, das 14h às 17h