Cientistas de Xangai transformam o panorama da saúde global com o desenvolvimento de um exame de sangue inovador e de baixo custo destinado a melhorar a detecção de câncer em países com menos recursos. Esta nova técnica promete ser uma ferramenta vital na luta contra o câncer em regiões onde o acesso a diagnósticos avançados é limitado.
Detecção rápida e acessível
O método, que utiliza manchas secas de soro para análise, elimina a necessidade de infraestruturas complexas e armazenamento refrigerado que muitos testes de câncer convencionais exigem. Essa inovação foi destacada no estudo “A sustainable approach to universal metabolic cancer diagnosis” (Uma abordagem sustentável para o diagnóstico universal do câncer metabólico, em tradução livre), recentemente publicado pela revista Nature Sustainability, mostrando a capacidade do exame de alcançar uma alta precisão diagnóstica rapidamente e em locais com recursos escassos.
Impacto potencial em saúde pública
De acordo com a pesquisa, o novo teste de detecção pode identificar vários tipos de câncer, incluindo colorretal, gástrico e pancreático, a um custo menor que os métodos tradicionais. Isso se deve, em parte, ao baixo preço dos reagentes químicos utilizados no exame. A pesquisa ainda revela uma estatística alarmante do “Financial Times” que ressalta a urgência dessa inovação: países de baixa e média renda contabilizam cerca de 70% das mortes por câncer globalmente. A Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que, nesses locais, a taxa de doenças não detectadas é elevada, devido à falta de acesso a essas instalações.
Desafios e oportunidades
Os cientistas enfatizam que, embora o novo exame de sangue para câncer represente um avanço importante, o aumento na capacidade de diagnóstico deve ser acompanhado por melhorias equivalentes nas facilidades de tratamento disponíveis nessas regiões. Sem acesso a tratamentos adequados, os benefícios dos diagnósticos precoces podem ser limitados.
Os resultados do estudo indicam que a implementação deste exame em áreas menos desenvolvidas poderia reduzir o número de casos de câncer não diagnosticados, trazendo esperança para milhões que atualmente lutam sem acesso a cuidados de saúde de qualidade.
“Nossa avaliação mostra que a implementação desta ferramenta em regiões menos desenvolvidas poderia reduzir a proporção estimada de casos não diagnosticados de câncer colorretal de 84,30% para 29,20%, câncer gástrico de 77,57% para 57,22% e câncer pancreático de 34,56% para 9,30%“, diz o artigo.