Um recente estudo conduzido pela Escola de Educação e Esporte da Universidade de São Paulo (USP) aponta que o treino de equilíbrio pode ser fundamental na melhoria da mobilidade de pacientes com Doença de Parkinson, especialmente na redução do congelamento de marcha — um sintoma comum que aumenta o risco de quedas.
Métodos e resultados do estudo
Caroline Ribeiro de Souza, sob orientação do professor Luis Augusto Teixeira, liderou a pesquisa, que envolveu 19 voluntários do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Eles foram submetidos a dois tipos de treinamento: um focado em perturbações de equilíbrio e outro em resistência muscular.
Os resultados mostraram que ambos os tipos de treino ajudaram a reduzir a ocorrência de congelamento de marcha, mas o treino de equilíbrio, em particular, proporcionou melhor controle postural e redução no risco de quase-queda, efeitos que persistiram por até um mês após a interrupção dos exercícios.
O poder do treinamento
O treinamento de equilíbrio envolveu o uso de uma plataforma móvel que simulava perturbações, desafiando os pacientes a manterem a estabilidade. Esse tipo de treinamento não apenas ajudou a reduzir o congelamento de marcha mas também mostrou como os pacientes podiam responder efetivamente a situações de instabilidade.
O treinamento de resistência foi feito com exercícios realizados em máquinas de força, como supino torácico, remador, peck deck, extensão de pernas, leg press e flexão plantar na máquina leg press, com o objetivo de trabalhar os músculos dos membros superiores e inferiores.
Benefícios de longo prazo e implicações clínicas
“A persistência dos ganhos do treinamento por perturbações mostra que essa pode ser uma opção eficiente como recurso terapêutico para a prevenção de quedas no cotidiano. Outro ponto que vale destacar é o uso da análise dos movimentos compensatórios para realizar a avaliação da estabilidade postural, pois trata-se de um método fácil de ser aplicado, inclusive na prática clínica”, explicou a pesquisadora Carolina Ribeiro de Souza.
Conclusão
Este estudo fortalece a ideia de que o treinamento baseado em perturbações do equilíbrio corporal é um método eficaz e prático para melhorar a mobilidade e segurança de pacientes com a doença de Parkinson, oferecendo uma alternativa ou complemento aos tratamentos com medicamentosos.