Em 2019, Norival de Oliveira e Ricardo Pessoa, ambos na faixa dos 60 anos, começaram a moldar um projeto de cohousing para idosos, motivados pelo desejo de combater a solidão na terceira idade. Apresentaram a ideia a amigos próximos, mas só três aderiram devido a limitações financeiras.
Desenvolvimento e acolhimento
Apesar dos desafios iniciais, Norival e Ricardo expandiram o convite para o público geral, criando a comunidade “Bem Viver”. As redes sociais e o contexto da pandemia de covid-19 ajudaram na divulgação, atraindo interessados. Candidatos a moradores passaram por um período de teste para assegurar compatibilidade com a vida comunitária.
Localização e infraestrutura da comunidade Bem Viver
A busca por um local adequado culminou em 2022 com a compra de um terreno de 63,5 mil m² em Mogi das Cruzes, perto de áreas verdes e infraestruturas essenciais. O arquiteto Roberto Kubota, entusiasmado pelo conceito, juntou-se ao projeto, trazendo sua experiência e também adquirindo uma cota.
Planejamento e construção
Após a aquisição do terreno em Mogi das Cruzes, os futuros residentes da Bem Viver intensificaram seu envolvimento no planejamento da comunidade. A colaboração foi a chave durante todo o processo, onde cada membro contribuiu com ideias para a concepção das residências e espaços comuns. Todas as casas serão térreas e projetadas para serem acessíveis, com distâncias curtas entre elas para facilitar a interação social.
A área comunitária, localizada centralmente, incluirá um refeitório com cozinha, espaços para atividades artísticas e artesanato, além de instalações recreativas como piscina e ginásio. Um terço do terreno será mantido como área verde permanente.
Benefícios sociais e de saúde
Viver em uma comunidade de cohousing como a Bem Viver oferece numerosos benefícios à saúde mental e física dos idosos. Especialistas destacam que essa forma de moradia minimiza sentimentos de isolamento e solidão, que são comuns na terceira idade e podem levar a problemas de saúde mental como depressão e ansiedade. Estudos recentes apontam que a interação social regular e o suporte mútuo encontrados em comunidades como esta podem reduzir o risco de demência e melhorar o bem-estar geral. A cohousing, portanto, não apenas proporciona um lar, mas um espaço onde o envelhecimento é vivenciado de forma coletiva e apoiada.