Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal de Viçosa (UFV) alcançaram um marco no campo da medicina diagnóstica ao desenvolver um dispositivo que detecta doenças via urina. Este dispositivo pioneiro não só torna o autodiagnóstico de condições como câncer e Parkinson uma realidade prática mas também democratiza o acesso a testes de saúde, permitindo a qualquer pessoa realizar análises rápidas e precisas em casa.
Um salto para o autodiagnóstico
O sensor, que promete revolucionar a forma como monitoramos nossa saúde, opera através da análise de biomarcadores presentes na urina. Integrando tecnologia de ponta, o dispositivo analisa gotas de urina e, em apenas três minutos, transmite os resultados para dispositivos móveis como smartphones, laptops ou tablets via Bluetooth.
Custo-benefício e sustentabilidade
Com um custo de produção inferior a R$ 0,50, o dispositivo de autoteste para câncer e Parkinson não apenas se destaca pela eficiência e velocidade mas também pelo compromisso com a sustentabilidade. Produzido a partir de filmes biodegradáveis de poliácido lático, o sensor atende aos requisitos ambientais globais, sem comprometer a qualidade e a precisão do diagnóstico.
Implicações clínicas e futuras aplicações
Este avanço representa um passo importante para um futuro em que o monitoramento da saúde pode ser feito de forma contínua e remota, apoiando não apenas o diagnóstico precoce de doenças mas também a gestão personalizada de tratamentos. A capacidade de realizar testes rápidos e precisos em casa, sem a necessidade de equipamentos de laboratório, abre novas possibilidades para o cuidado preventivo e a detecção precoce de condições potencialmente graves.
“A ideia é que nosso dispositivo seja utilizado para fornecer informações sobre um estado de saúde individual em níveis moleculares, abrindo caminho para uma ampla gama de monitoramento personalizado, análise descentralizada, aplicações diagnósticas e terapêuticas, potencial que ficou claro com a popularização dos autotestes de Covid-19 durante a pandemia.” disse Paulo Augusto Raymundo-Pereira, pesquisador do Instituto de Física de São Carlos (IFSC-USP).
Um passo em direção à medicina do futuro
Nos Estados Unidos, o material já tem aprovação da Food and Drug Administration (FDA), a agência de vigilância sanitária norte-americana, para aplicações biomédicas, incluindo stents, placas e parafusos ortopédicos, suturas absorvíveis, veículos de administração de medicamentos, filmes de prevenção de adesão, engenharia de tecidos, dispositivos implantáveis e contato direto com fluidos biológicos.