Um avanço na luta contra o câncer de cólon foi alcançado por pesquisadores norte-americanos, que desenvolveram um novo exame de sangue capaz de detectar a doença em sua fase inicial. Este desenvolvimento promete não apenas aumentar as chances de cura para os pacientes, mas também oferecer uma alternativa mais acessível e menos invasiva aos métodos tradicionais de triagem.
O teste, que conseguiu identificar o câncer de cólon em estágios iniciais e tratáveis em 87% dos casos, foi realizado com mais de 7.800 participantes, apresentando uma taxa de falsos positivos de apenas 10%. William M. Grady, gastroenterologista do centro de pesquisas Fred Hutchinson Cancer Center e um dos autores do estudo, destacou a importância desta descoberta para o desenvolvimento de ferramentas mais eficazes na detecção precoce do câncer colorretal. “Os resultados do estudo são um passo promissor para o desenvolvimento de ferramentas mais convenientes para detectar precocemente o câncer colorretal, ao mesmo tempo em que é mais facilmente tratado”.
A detecção precoce do câncer colorretal é fundamental, pois a doença é comum e pode ser evitada com rastreamento adequado. No entanto, apenas metade das pessoas elegíveis para o rastreio atualmente se submete aos testes disponíveis, como a colonoscopia ou o exame anual de fezes. A resistência aos métodos existentes deve-se, em parte, ao desconforto e à natureza invasiva de tais procedimentos.
O novo teste de sangue surge como uma alternativa promissora, eliminando o “fator desagradável” associado aos exames de fezes e a colonoscopia, oferecendo uma opção de triagem mais simples e direta. Embora o teste ainda não tenha sido aprovado pela Food and Drug Administration (FDA), a “Anvisa dos EUA”, ele já está disponível nos Estados Unidos, aguardando validação adicional para ampliar seu uso.
Os resultados do ensaio clínico, publicados na revista New England Journal, mostraram que o exame de sangue foi eficaz na detecção de 83% dos cânceres de cólon, embora tenha apresentado desempenho variável em diferentes estágios da doença. Jon LaPook, gastroenterologista d centro médico acadêmico NYU Langone Health, explicou que “No estudo do New England Journal, o exame de sangue de DNA livre de células detectou 83% dos cânceres de cólon, mas apenas 65% (11 de 17) daqueles no estágio 1, que são estatisticamente os mais curáveis.” E complementou dizendo “aguardo mais pesquisas para ajudar, determinar o seu papel no rastreio do cancro do cólon”. Ele observou que o novo exame de sangue não deve substituir completamente os métodos de triagem existentes, mas sim complementá-los, oferecendo aos pacientes mais opções para a detecção do câncer de cólon.