No 4º trimestre de 2023, o Brasil testemunhou uma queda elevada no número de pessoas que passam fome, com uma redução de 33 milhões no 1º trimestre de 2022 para 20 milhões. Esta melhoria foi destacada em um estudo do Instituto Fome Zero, com dados provenientes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) de 2022 e 2023, juntamente com a Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) de 2017-2018, permitindo uma análise detalhada da situação.
Análise Preliminar
O Instituto enfatiza que os resultados são preliminares e servem como uma análise de cenário da insegurança alimentar e nutricional no país, juntamente com seus indicadores macroeconômicos. Destaca-se a estabilidade e a possível retração da prevalência de insegurança alimentar, graças à implementação de políticas públicas e intervenções econômicas focadas na questão.
Insegurança Alimentar no Brasil
O estudo categoriza a insegurança alimentar em moderada e grave, com a grave caracterizando-se por pessoas que ficam um dia ou mais sem comer. De 2018 a 2021, o nível de insegurança alimentar grave no país subiu de 20,6% para 32,8%, mas felizmente caiu para 28,9% em 2023.
Fatores
A queda na insegurança alimentar e nutricional é atribuída a diversos fatores, incluindo a redução do desemprego e a dinâmica favorável dos preços, especialmente dos alimentos. Contribuiu também o crescimento da renda da população, impulsionado pelos programas de transferência de renda e pelo reajuste acima da inflação do salário mínimo, que reforçou o poder de compra.
Políticas Públicas
Importantes políticas públicas, como o Novo Bolsa Família e a expansão do Benefício de Prestação Continuada (BPC), foram fundamentais para esta melhoria. Além disso, a política de valorização do salário mínimo, com reajustes anuais baseados no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e na taxa de crescimento real do PIB de dois anos anteriores, tem fortalecido a tendência de redução da insegurança alimentar.
Desafios e Oportunidades Futuras
Apesar dos avanços, o Instituto Fome Zero ressalta a importância de ações coordenadas para combater a insegurança alimentar de maneira efetiva. A colaboração entre pesquisadores, formuladores de políticas e a sociedade civil é vista como essencial para superar os desafios remanescentes e promover um futuro mais seguro e justo para todos no Brasil.