As unidades de conservação do Brasil ganharam novo destaque no cenário ambiental internacional a partir de um exemplo construído no coração da Amazônia. No sul do Amapá, a Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Rio Iratapuru tornou-se a primeira unidade estadual do país a integrar a Lista Verde da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN). O reconhecimento valida um modelo que une proteção ambiental, gestão pública qualificada e protagonismo comunitário.
Segundo o Diário do Amapá, a Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Rio Iratapuru tornou-se a primeira unidade de conservação de gestão estadual do Brasil a integrar a Lista Verde da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), reconhecimento que destaca boas práticas de gestão ambiental e participação comunitária.
Esse avanço ocorre em um contexto desafiador. Embora o Brasil concentre algumas das maiores áreas protegidas do planeta, nem todas atingem padrões elevados de governança e transparência. Por isso, o caso do Iratapuru representa uma virada simbólica. Além de fortalecer a imagem do Amapá, ele amplia o debate sobre a qualidade da gestão ambiental em nível estadual.
Um novo patamar para unidades de conservação do Brasil
Criada em 1997, a RDS do Rio Iratapuru protege cerca de 806 mil hectares. A área abrange os municípios de Laranjal do Jari, Pedra Branca do Amapari e Mazagão. Desde o início, sua gestão apostou em decisões compartilhadas entre o poder público e as comunidades tradicionais, por meio de um conselho gestor paritário coordenado pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Amapá (Sema).
Esse formato atende aos critérios exigidos pela Lista Verde da UICN. O programa avalia planejamento, resultados ambientais e benefícios sociais. Assim, o reconhecimento internacional reforça que as unidades de conservação do Brasil podem alcançar excelência sem depender apenas de estruturas federais.
Floresta em pé e economia local integrada
Outro ponto decisivo foi a valorização da sociobiodiversidade nas unidades de conservação do Brasil. Na reserva, o manejo sustentável da castanha-do-Brasil sustenta famílias extrativistas e fortalece a economia local. Ao mesmo tempo, a atividade conecta a floresta a cadeias produtivas mais amplas, inclusive com potencial de inovação alimentar.
Segundo a Sema, o processo de certificação também contribuiu para aprimorar rotinas internas. Além disso, fortaleceu a atuação das associações locais e ampliou a transparência da gestão territorial.
Caminhos adiante para a conservação brasileira
O reconhecimento da RDS do Rio Iratapuru projeta o Amapá como referência e inspira outras unidades de conservação do Brasil. Em um cenário de atenção global à Amazônia, o exemplo mostra que proteger a floresta pode caminhar junto com inclusão social, credibilidade institucional e oportunidades futuras.
