Categoria Sustentabilidade

Exposição no CCBB-RJ revela a beleza e o valor dos ecossistemas costeiros brasileiros

A exposição Manguezal, em cartaz no CCBB-RJ até fevereiro de 2026, convida o público a redescobrir os ecossistemas costeiros do Brasil. Com arte, fotografia e carnaval, a mostra celebra a força ecológica e simbólica dos manguezais e sua relevância para o futuro do planeta.

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Os mangues voltaram a ocupar o centro das atenções com a exposição Manguezal, aberta no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB-RJ) até 2 de fevereiro de 2026. Inspirada no livro homônimo do oceanógrafo e fotógrafo Enrico Marone, a mostra apresenta os ecossistemas costeiros como territórios de abundância, beleza e equilíbrio natural. Em parceria com a Agência Brasil, o projeto mostra que arte e ciência podem caminhar lado a lado, despertando uma nova consciência sobre a importância da natureza no cotidiano das cidades.

Arte e manguezais em harmonia

Desde o primeiro ambiente, o visitante é envolvido por fotografias que percorrem o litoral brasileiro de Norte a Sul. Essas imagens revelam o elo entre arte, ecologia e pertencimento. Além disso, destacam como os ecossistemas costeiros sustentam a vida marinha e inspiram artistas há gerações. Obras de Lasar Segall, Hélio Oiticica e Celeida Tostes dialogam com as lentes de Marone, criando um encontro entre estilos e épocas. Sob curadoria de Marcelo Campos, a mostra reforça o poder transformador da arte. “Essa exposição aproxima as pessoas da riqueza que esses ambientes representam”, afirma Marone. Nesse contexto, o projeto integra a Coleção Década do Oceano (2021–2030), criada pela Cátedra Unesco da USP, fortalecendo o diálogo entre cultura e sustentabilidade.

Ecossistemas costeiros e o equilíbrio climático

Por outro lado, os ecossistemas costeiros também ganham destaque por seu papel na regulação do clima. Segundo Marone, os manguezais capturam até cinco vezes mais carbono do que as florestas tropicais, funcionando como verdadeiros sumidouros naturais. Dessa forma, ajudam a reduzir os efeitos do aquecimento global e a proteger as zonas costeiras de tempestades e erosões. A Organização das Nações Unidas (ONU) reconhece esses ambientes como parte dos ecossistemas de carbono azul, essenciais para o futuro do planeta. Além da função ambiental, os manguezais sustentam comunidades de pescadores e marisqueiras. Assim, cada raiz submersa e cada caranguejo criado no mangue representam o sustento de famílias inteiras que vivem à beira-mar.

Carnaval e cultura entre os ecossistemas costeiros

Enquanto a ciência revela a força ambiental dos manguezais, a arte mostra sua potência simbólica. No CCBB-RJ, fantasias e alegorias criadas pelos carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora, da Grande Rio, trazem para a galeria o universo mítico das caruanas — seres encantados que habitam os mangues segundo as tradições indígenas. Essa instalação aproxima o público da espiritualidade, do folclore e da natureza. “Durante a exposição, veremos performances e ouviremos as Ganhadeiras de Itapuã cantando o mangue”, explica o curador Marcelo Campos. Portanto, a mostra reafirma que os ecossistemas costeiros não pertencem apenas à biologia, mas também à alma cultural do Brasil.

Um novo olhar sobre os ecossistemas costeiros

Mais do que uma exposição, Manguezal é um convite à ação. Ao unir arte, ciência e emoção, o CCBB-RJ propõe um pacto de cuidado com os ecossistemas costeiros. Esses ambientes, ricos em vida e sabedoria, protegem o litoral e inspiram comunidades inteiras. Assim, compreender o valor do mangue é também compreender o próprio futuro do planeta. Preservar os manguezais é garantir que a natureza continue cantando — com o mesmo ritmo, cor e esperança que movem o Brasil.