A América do Sul acaba de iniciar uma nova era de conservação. A Jaguar Rivers Initiative, coordenada pela Onçafari (Brasil) e apoiada por organizações da Argentina, Bolívia e Paraguai, criou o primeiro corredor de vida selvagem continental. A ação responde à perda de 94% da fauna sul-americana desde 1970, segundo o relatório Living Planet da WWF. Por isso, a meta é restaurar ecossistemas da Bacia do Paraná e permitir que espécies como a onça-pintada e a ariranha voltem a percorrer áreas que antes estavam isoladas.
Corredor de vida selvagem une natureza e fronteiras
Com mais de 2,5 milhões de quilômetros quadrados, o Jaguar Rivers atravessa florestas, rios e planícies que conectam quatro países. O projeto integra refúgios naturais, zonas de transição e “trampolins ecológicos” que facilitam a migração das espécies. Além disso, os rios do corredor de vida selvagem funcionam como rotas naturais para manter a troca genética e reduzir o risco de extinção. Dessa forma, a América do Sul passa a ter uma das redes ecológicas mais ambiciosas do mundo, capaz de proteger habitats e restaurar equilíbrio ambiental em grande escala.
Projeto impulsiona comunidades e economias
O impacto do projeto vai além da preservação. A Jaguar Rivers promove ecoturismo, educação ambiental e economias regenerativas em parceria com comunidades locais. Povos tradicionais e agricultores recebem capacitação para desenvolver atividades sustentáveis, criando novas fontes de renda. Enquanto isso, o turismo consciente fortalece o vínculo entre pessoas e natureza. Assim, o corredor de vida selvagem se transforma também em oportunidade social e econômica, mostrando que proteger o planeta pode gerar prosperidade.
Um corredor de vida selvagem para o futuro
Os primeiros investimentos somam 26 milhões de dólares, segundo a Onçafari e parceiros. A previsão é ampliar o corredor de vida selvagem até conectar todas as unidades de conservação da região. Se alcançar seus objetivos, a Jaguar Rivers pode se tornar referência global de governança ambiental e restaurar a confiança na convivência entre humanos e vida selvagem. Nas margens do rio Paraná, nasce não apenas um projeto, mas um símbolo de reconciliação entre a natureza e quem dela depende.