Categoria Sustentabilidade

Arara-canindé volta à Tijuca após dois séculos

A arara-canindé volta à Tijuca após mais de dois séculos extinta no Rio de Janeiro. O projeto Refauna, em parceria com o ICMBio e a UFRJ, prepara a soltura das aves em dezembro. A iniciativa promete restaurar funções ecológicas essenciais e inspirar novas ações de conservação na Mata Atlântica.

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A arara-canindé volta à Tijuca em uma das histórias mais comoventes de reconciliação entre natureza e cidade. Depois de dois séculos desaparecida dos céus cariocas, a espécie Ara ararauna retorna ao Parque Nacional da Tijuca graças a um projeto do Refauna, com apoio do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). As quatro aves — um macho e três fêmeas — chegaram em junho e estão em processo de readaptação para, finalmente, voltarem à liberdade em dezembro.

Refauna lidera a nova fase em que a arara-canindé volta à Tijuca

O projeto Refauna nasceu com o propósito de restaurar espécies nativas e reconstruir o equilíbrio ecológico da Mata Atlântica. Segundo o biólogo Marcelo Rheingantz, da UFRJ, o retorno das araras traz de volta cores, sons e funções vitais à floresta. Além disso, as aves recebem treinamento de voo, nutrição balanceada e estímulos naturais, assegurando sua autonomia. Assim, quando a arara-canindé volta à Tijuca, ela não apenas preenche o céu, mas também renova os processos ecológicos essenciais.

Quando a arara-canindé volta à Tijuca, a floresta se fortalece

A importância ecológica dessas aves vai muito além da beleza. Ao se alimentarem de frutos como o da palmeira macaúba, elas espalham sementes por grandes áreas, impulsionando a regeneração da floresta. Desse modo, a arara-canindé volta à Tijuca como agente de reflorestamento e símbolo de resiliência ecológica. “Saber que as araras estão voltando é um sinal para o Brasil e o mundo de que nossas Unidades de Conservação cumprem o seu papel”, afirmou Breno Herrera, do ICMBio, reforçando a força inspiradora da iniciativa.

Reflorestar com asas, cores e esperança

Para garantir a continuidade do projeto, o Refauna abriu uma campanha de financiamento coletivo que pretende arrecadar R$ 250 mil. Com essa verba, será possível manter as atividades por um ano, ampliando o monitoramento e as ações educativas. O sucesso da reintrodução, portanto, depende não só da ciência, mas também da participação social. Quando a arara-canindé volta à Tijuca, o Rio reafirma sua identidade como cidade-floresta, em que natureza e vida urbana coexistem em harmonia.

Um novo voo para o futuro da biodiversidade

A expectativa é que, até o fim do verão de 2026, as araras estejam totalmente integradas ao ecossistema da Floresta da Tijuca, formando casais e construindo ninhos naturais. O retorno da espécie, antes considerada perdida, prova que a ciência e o engajamento social podem transformar paisagens e destinos. A arara-canindé volta à Tijuca para lembrar que, quando protegemos o que é vivo, o planeta responde com beleza, equilíbrio e esperança.