O anúncio da COP32 na Etiópia ganhou destaque no segundo dia da COP30, realizada em Belém, nesta segunda-feira (10/11).A agência Reuters e a AFP confirmaram a informação depois que os países africanos chegaram a um consenso para indicar a Etiópia como sede da conferência de 2027. Os negociadores devem ratificar a decisão até 21 de novembro, ao fim do evento, consolidando um marco para o continente.
Segundo Richard Muyungi, presidente do grupo de negociadores africanos, “o grupo de países africanos escolheu a Etiópia”. Já o embaixador Leulseged Tadese Abebe, representante do país no Brasil, afirmou que Adis Abeba já começou os preparativos técnicos e logísticos. Ele destacou que a capital, sede da União Africana, tem ampla experiência em receber encontros internacionais de grande porte.
Anúncio da COP32 na Etiópia fortalece diplomacia verde africana
A escolha reforça o papel crescente da África na diplomacia climática. “Saudamos o anúncio da COP32 na Etiópia e esperamos que ela destaque as prioridades climáticas do continente”, disse Rukiya Khamis, da ONG 350.org, à Reuters. O continente quer ampliar sua voz em pautas como justiça climática, transição energética e financiamento verde, essenciais para enfrentar secas e perdas agrícolas.
Além disso, o primeiro-ministro Abiy Ahmed, ganhador do Prêmio Nobel da Paz de 2019, tem impulsionado políticas ambientais ambiciosas. Ele proibiu a importação de veículos a combustão e lançou o programa Green Legacy, que já promoveu o plantio de bilhões de árvores. Assim, a Etiópia vem se consolidando como exemplo de sustentabilidade e neutralidade de carbono no Sul Global.
Próximos passos após a confirmação da COP32 na Etiópia
Com a COP32 prevista para 2027, a Etiópia se une ao Brasil — anfitrião da COP30 — na missão de fortalecer o papel do hemisfério sul nas decisões da ONU Clima. Enquanto o país avança em seus preparativos, Austrália e Turquia ainda disputam a sede da COP31, de 2026. Caso o impasse continue, o evento será transferido para Bonn, na Alemanha.
Por isso, o anúncio da COP32 na Etiópia tem peso simbólico e estratégico. Ele consolida a presença africana nas negociações climáticas e mostra que as soluções para o planeta também podem nascer do coração do continente.