A ativista iraniana presa nesta sexta-feira (12/12) em Teerã, carrega um peso que vai além de seu próprio nome. Narges Mohammadi, vencedora do Prêmio Nobel da Paz de 2023, foi detida durante uma cerimônia de homenagem a um advogado de direitos humanos. Assim, o episódio reacende o debate global sobre liberdade, justiça e o papel das mulheres no Irã contemporâneo, em um contexto de vigilância constante do Estado.
Desde o início de sua trajetória pública, Mohammadi se destacou por denunciar abusos cometidos contra mulheres presas. Além disso, sua atuação contra a pena de morte transformou sua voz em referência internacional. Mesmo atrás das grades, a ativista do Irã presa continuou a escrever, organizar denúncias e inspirar redes de apoio fora do país, mantendo diálogo contínuo com entidades internacionais.
Ativista iraniana presa e os alertas sobre saúde
Nos últimos meses, porém, a situação ganhou novos contornos. Em dezembro de 2024, ela havia recebido uma licença médica temporária após sofrer problemas cardíacos e descobrir uma lesão óssea. Ainda assim, segundo sua equipe médica, o retorno ao cárcere pode agravar seu estado físico. Por isso, a notícia de que a ativista iraniana presa voltou à custódia gerou preocupação imediata entre organizações internacionais e defensores de direitos humanos.
O nome de Mohammadi também se conecta aos protestos iniciados em 2022, após a morte de Mahsa Amini. Naquele período, mulheres passaram a desafiar abertamente o uso obrigatório do hijab. Como resultado, o país viveu uma onda de repressão, com centenas de mortos e milhares de detenções, segundo relatos internacionais amplamente divulgados.
Caminhos adiante
Hoje, a imagem de uma ativista presa no Irã funciona como símbolo de uma disputa ainda em curso. Embora o governo não tenha confirmado oficialmente a prisão, a repercussão internacional amplia a pressão diplomática. Dessa forma, a trajetória de Narges Mohammadi segue projetando um futuro em que a coragem individual continua a sustentar a esperança de mudanças duradouras.
