Categoria Saúde

Aplicativo brasileiro promete revolucionar o diagnóstico precoce do Alzheimer

Pesquisadores da USP desenvolvem aplicativo que analisa os olhos e identifica sinais do Alzheimer antes dos sintomas. A inovação usa inteligência artificial para mapear alterações neurológicas sutis e promete transformar o diagnóstico precoce do Alzheimer em ferramenta acessível, com impacto direto na saúde pública brasileira.

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O envelhecimento acelerado da população brasileira aumenta a urgência de soluções voltadas ao Alzheimer. De acordo com a Medicina S/A, cerca de 8,5% das pessoas com mais de 60 anos convivem com algum tipo de demência, o que representa aproximadamente 2 milhões de casos. Além disso, pesquisas da Universidade de São Paulo (USP) indicam que, até 2050, esse número pode ultrapassar 5 milhões. Por essa razão, o diagnóstico precoce do Alzheimer tornou-se prioridade entre pesquisadores que buscam novas formas de prevenção.

Inovação brasileira fortalece o diagnóstico precoce do Alzheimer

Para enfrentar esse desafio, cientistas da USP, em parceria com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e o InovaHC, desenvolvem um aplicativo capaz de identificar sinais iniciais da doença. A ferramenta utiliza inteligência artificial para analisar os movimentos sutis da pupila captados por uma selfie do olho. Conforme explica o oftalmologista Paulo Schor, ouvido pela Medicina S/A, “o olho é a janela da alma; a retina reflete camadas do cérebro e mostra alterações invisíveis ao ser humano”. Assim, a tecnologia consegue perceber padrões que o médico não detecta, abrindo caminho para um diagnóstico precoce do Alzheimer mais rápido e preciso.

Inteligência artificial e biomarcadores oculares

Os biomarcadores oculares já são utilizados há décadas em doenças como diabetes e hipertensão. Entretanto, a inteligência artificial ampliou o potencial desses exames. Em um estudo realizado pelo Google com o Moorfields Eye Hospital, em Londres, a máquina conseguiu identificar o sexo de uma pessoa apenas observando o fundo do olho. Inspirado por esse avanço, Schor afirmou à Medicina S/A que a retina pode revelar indícios de Alzheimer e até de transtornos de atenção. Dessa forma, os resultados laboratoriais vêm se mostrando promissores e fortalecem a confiança dos pesquisadores na tecnologia, que pode transformar o diagnóstico precoce do Alzheimer.

Aplicativo da USP amplia as possibilidades

O aplicativo analisa como a pupila reage à luz, medindo sua dilatação e contração — movimentos controlados pelo sistema nervoso. A próxima etapa será ampliar os testes em diferentes modelos de celulares e câmeras. Além disso, será preciso incluir mais pacientes nas avaliações para garantir precisão. Conforme destacou Schor, “a validação precisa envolver equipamentos variados e parcerias com hospitais e universidades”. A expectativa é que o uso clínico da ferramenta aconteça nos próximos anos, tornando o diagnóstico precoce do Alzheimer mais acessível à população.

Um novo horizonte para o diagnóstico do Alzheimer no Brasil

De acordo com o Ministério da Saúde, o Sistema Único de Saúde (SUS) registrou mais de 7 milhões de atendimentos ambulatoriais ligados ao Alzheimer apenas no primeiro trimestre de 2025. Diante desse cenário, iniciativas como a da USP demonstram que inovação e empatia podem caminhar juntas. Com o apoio da tecnologia, o diagnóstico precoce do Alzheimer deixa de ser apenas um avanço científico e passa a representar esperança. Esse tipo de solução reforça a importância da ciência brasileira e mostra que envelhecer pode significar também viver com mais autonomia, dignidade e consciência.