As canetas emagrecedoras, como Ozempic e Mounjaro, ganharam espaço no tratamento da obesidade ao reduzirem o apetite e facilitarem o controle alimentar. Segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia (SBEM), médicos indicam o uso para pessoas com IMC igual ou superior a 30 kg/m² ou para quem apresenta sobrepeso com comorbidades. Essa orientação exige acompanhamento profissional e produtos aprovados pela Anvisa, reforçando a importância de integrar a alternativa a um plano seguro.
No início do tratamento, o endocrinologista e doutor pela USP, Renato Zilli adota doses mínimas e avança gradualmente, porque esse cuidado melhora a tolerância. Ele solicita exames de glicemia, colesterol e função hepática, renal e tireoidiana para personalizar o uso das canetas emagrecedoras.
Como reforça o especialista, “doses altas não aceleram o emagrecimento; elas só aumentam náuseas e riscos desnecessários”.
Assim, esse acompanhamento reduz efeitos adversos e amplia a segurança do processo ao utilizar canetas antiobesidade.
Canetas emagrecedoras e risco de efeito rebote
A endocrinologista Andressa Di Filippo explica que o reganho ocorre quando as canetas para emagrecer entram como única estratégia de perda de peso. Durante o processo, o metabolismo diminui e o corpo envia sinais de fome como forma de proteção.
“Se o desmame não for feito de forma correta, o apetite volta rápido e o reganho é favorecido”, afirma.
Por isso, ela recomenda avaliações trimestrais, bioimpedância e acompanhamento contínuo no primeiro ano após a suspensão das canetas emagrecedoras.
Já Zilli observa que muitos pacientes não alcançam a meta de proteína, o que favorece perda de massa magra e dificulta a manutenção do peso. Ele reforça a importância de hábitos estruturados, alimentação equilibrada e prática física. Segundo o especialista, a caneta para emagrecer ajuda a reduzir a fome, mas não transforma padrões alimentares sozinha.
Diretriz mundial sobre o tratamento de obesidade
A Organização Mundial da Saúde publicou sua primeira orientação sobre o uso das canetas emagrecedoras como parte do tratamento de longo prazo da obesidade, condição que afeta mais de um bilhão de pessoas. A agência recomenda terapias com GLP-1 para adultos com IMC igual ou superior a 30, exceto gestantes, e orienta a inclusão de hábitos saudáveis no processo. O diretor-geral Tedros Adhanom Ghebreyesus afirma que a obesidade exige cuidados amplos ao longo da vida e que os agonistas de GLP-1 podem ajudar milhões de pessoas a reduzir danos associados ao tratamento com canetas antiobesidade.
A OMS incluiu semaglutida e tirzepatida na lista de medicamentos essenciais para diabetes tipo 2 e alerta que o custo global da obesidade pode chegar a US$ 3 trilhões até 2030. Mesmo com a expansão da produção, a agência prevê que menos de 10% dos possíveis beneficiados terão acesso às terapias até 2030. A organização iniciará trabalhos com governos e parceiros em 2026 para ampliar a disponibilidade das canetas emagrecedoras.
Para casos de obesidade mais resistente, especialistas utilizam as canetas de emagrecimento por períodos prolongados, desde que associem o tratamento a hábitos saudáveis. Além disso, Andressa destaca pilares essenciais, como rotina alimentar organizada, atividade física e suporte emocional. Mesmo assim, ela lembra que o reganho não representa fracasso, porque ajustes fazem parte do processo. Nesse contexto, o uso adequado das canetas emagrecedoras preserva a saúde metabólica e fortalece mudanças duradouras.
