A caneta brasileira que detecta câncer em apenas 10 segundos pode mudar o futuro da cirurgia oncológica. Desenvolvida pela química Lívia Schiavinato Eberlin, professora da Baylor College of Medicine, nos Estados Unidos, a MasSpec Pen é capaz de identificar em tempo real se um tecido é saudável ou cancerígeno. O Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, conduz o primeiro estudo clínico fora dos EUA, em parceria com a Thermo Fisher Scientific, fabricante do espectrômetro de massas que realiza a leitura molecular.
Durante a operação, o médico encosta a ponta da caneta do Einstein que detecta câncer sobre o tecido suspeito, e o resultado aparece quase instantaneamente. Segundo reportagem do G1, o dispositivo libera uma microgota de água estéril, que absorve moléculas da superfície e envia essa amostra para o espectrômetro. Em poucos segundos, o aparelho analisa a composição química e mostra na tela se o tecido é saudável ou cancerígeno. “É como fazer um café: a água extrai as moléculas da amostra sólida, mas não remove o tecido. A análise é instantânea e não causa nenhum dano”, explicou Lívia Eberlin ao portal.
Testes da caneta brasileira que detecta câncer no Einstein
O estudo conduzido pelo Einstein tem duração de 24 meses e envolve 60 pacientes com câncer de pulmão e tireoide. A pesquisa compara os resultados obtidos pela caneta com o exame anatomopatológico tradicional. O objetivo é avaliar acurácia, sensibilidade e especificidade. Em um estudo anterior publicado na JAMA Surgery em 2023, a tecnologia atingiu 92% de precisão, permitindo identificar diferenças sutis entre tecidos semelhantes e evitando a remoção acidental de glândulas saudáveis.
De acordo com o imunologista Kenneth Gollob, diretor do Centro de Pesquisa em Imunologia e Oncologia do Einstein, o avanço representa um salto clínico. “A tecnologia permite ao cirurgião saber, ainda na operação, se o tecido é normal ou tumoral, sem precisar esperar o laudo”, afirma. Essa agilidade reduz o tempo de anestesia e o risco de complicações, tornando as cirurgias mais seguras e precisas.
Como a caneta brasileira que detecta câncer funciona
O coração da tecnologia é o espectrômetro de massas Orbitrap 240, da Thermo Fisher Scientific. É ele que interpreta as moléculas coletadas pela caneta e traduz o resultado em um diagnóstico. Segundo Dionísio Ottoboni, diretor da empresa para a América Latina, “a espectrometria de massas é uma das ferramentas mais precisas da ciência moderna”.
O método contrasta com o exame de congelação, considerado o padrão-ouro das cirurgias oncológicas, que pode levar de 20 minutos a 1h30. Durante esse tempo, o paciente permanece anestesiado enquanto o material é analisado no microscópio. Com a MasSpec Pen, o diagnóstico chega instantaneamente, permitindo decisões imediatas e maior preservação dos tecidos saudáveis.
Inovação brasileira que redefine o futuro da cirurgia oncológica
Além de detectar tumores, os pesquisadores estudam se a caneta brasileira que detecta câncer pode revelar o perfil imunológico de cada tumor — informação essencial para personalizar tratamentos e indicar se o paciente responderá melhor à imunoterapia. Caso os resultados se confirmem, o dispositivo poderá ser submetido à aprovação da FDA nos Estados Unidos e, depois, à Anvisa no Brasil.
A cientista Lívia Eberlin, natural de Campinas (SP) e formada pela Unicamp, acredita que o impacto da MasSpec Pen vai além do diagnóstico rápido. Ela representa a força da pesquisa brasileira e o potencial de transformar vidas por meio da ciência. Com precisão, rapidez e origem nacional, a caneta brasileira que detecta câncer simboliza uma nova era de esperança na medicina.