Um relatório recente da National Academies of Sciences, Engineering, and Medicine dos Estados Unidos coloca a busca por evidências de vida — atual ou passada — no topo das prioridades das futuras missões humanas a Marte. O documento foi divulgado em 9 de dezembro de 2025 e apresenta onze objetivos científicos essenciais. Entre eles estão o estudo dos ciclos de água e dióxido de carbono, a análise da evolução geológica e a compreensão dos efeitos do ambiente marciano sobre seres humanos, plantas e animais. Assim, o relatório define uma agenda científica ampla e integrada.
Principais objetivos científicos
Os objetivos aparecem organizados por prioridade. Em primeiro lugar está a busca por sinais de vida em Marte, habitabilidade ou química prebiótica. Logo depois, o relatório destaca o mapeamento dos ciclos de água e CO₂ e o estudo detalhado da geologia marciana. Além disso, orienta a avaliação dos impactos do ambiente marciano na saúde física, cognitiva e emocional da tripulação. O texto também trata das tempestades de poeira e incentiva pesquisas sobre o uso de recursos locais.
Campanhas propostas para encontrar vida em Marte
O relatório descreve quatro campanhas de exploração que conectam missões a metas científicas. A mais abrangente prevê um pouso humano de 30 sols, seguido pela entrega de carga não tripulada. Em seguida, a campanha culmina em uma missão longa de 300 sols em uma zona de exploração de cerca de 100 quilômetros. Essa área inclui fluxos antigos de lava e regiões sujeitas a tempestades de poeira. Outra proposta foca na busca por vida em Marte por meio de perfuração profunda. Ela prevê atingir possíveis reservas de água líquida e retornar amostras à Terra. Há ainda uma alternativa com três missões curtas em locais distintos para cobrir ambientes geológicos variados.
Segundo James Pawelczyk, ex-astronauta da NASA e fisiologista da Penn State, o relatório apresenta “uma forma de exploração diferente daquela usada em voos tripulados no passado”.
Recomendações para a NASA
Entre as recomendações principais está a atualização contínua das diretrizes de proteção planetária. Essa mudança busca preservar a integridade científica sem impedir pesquisas em regiões com gelo ou água líquida. O relatório também sugere incluir um laboratório de superfície em todas as missões humanas por vida em Marte. Além disso, recomenda o retorno de amostras à Terra e a criação de fóruns recorrentes. Esses encontros devem aproximar tripulações, robôs e sistemas de inteligência artificial. O objetivo é fortalecer a cooperação e ampliar os resultados científicos das futuras missões.
