Categoria Inovação

Alunas do Paraná criam biodiesel e fazem ônibus escolar rodar por uma semana

Cinco estudantes do Colégio Estadual Conselheiro Carrão, em Assaí (PR), criaram biodiesel a partir de óleo de cozinha usado. Com o apoio da prefeitura, do Sebrae e da Universidade Federal do Paraná, o grupo fundou a startup júnior BIOSUN e abasteceu um ônibus escolar com o combustível limpo, que rodou por uma semana inteira sem reabastecer.

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No norte do Paraná, um ônibus escolar com biodiesel percorreu as rotas da cidade de Assaí durante sete dias consecutivos. O feito nasceu no laboratório de química do Colégio Estadual Conselheiro Carrão, onde cinco alunas do ensino médio decidiram transformar o descarte doméstico em energia. Assim, o óleo de cozinha usado virou combustível limpo, e a curiosidade científica se transformou em aprendizado aplicado.

As estudantes — Eduarda Pietra, Fabiane Hikari, Letícia Ayumi, Eduarda Miura e Luiza Alves — uniram vontade de aprender e consciência ambiental. Dessa combinação nasceu a startup júnior BIOSUN, que hoje simboliza a força da inovação escolar voltada à sustentabilidade.

Startup BIOSUN e o impacto do ônibus escolar com biodiesel

Sob a orientação do professor Matheus Rossi, o grupo aprendeu a realizar a transesterificação, processo que converte o óleo em biodiesel. Logo, as jovens produziram cerca de dez litros de combustível a partir de doze litros de óleo recolhido em residências e restaurantes. O resultado comprovou que conhecimento científico e engajamento comunitário podem caminhar juntos.

Com o sucesso dos testes, a iniciativa chamou atenção da Universidade Federal do Paraná (UFPR), do campus de Jandaia do Sul, e do Sebrae, que passaram a oferecer apoio técnico e mentorias de inovação. Além disso, a Prefeitura de Assaí disponibilizou um veículo para as experiências, demonstrando confiança no potencial das alunas. Desde então, o ônibus escolar com biodiesel tornou-se um símbolo de sustentabilidade na região.

Parcerias que fortalecem o transporte sustentável

O professor Matheus Rossi explica que o projeto ainda está evoluindo. “A ideia é criar uma linha verde permanente, com ônibus movidos ao biodiesel produzido pelas próprias estudantes”, afirmou ao Portal do Trânsito. Já a aluna Eduarda Pietra descreve o orgulho em ver a ciência sair do papel: “Perceber que algo feito na escola pode circular pelas ruas é muito motivador”.

Com o entusiasmo da população, novos litros de óleo usado começaram a ser doados. Ao mesmo tempo, o colégio planeja oficinas abertas para que alunos de outras escolas aprendam o processo. Dessa forma, o ônibus escolar com biodiesel passou de experimento a exemplo coletivo de educação ambiental aplicada.

Um combustível que move o futuro

O êxito do ônibus escolar com biodiesel mostra que pequenas ações podem gerar grandes transformações. Ao reduzir o desperdício e incentivar a inovação, as estudantes de Assaí provaram que a sustentabilidade pode nascer dentro de uma sala de aula pública.

Enquanto a BIOSUN se prepara para novas feiras científicas, o projeto continua inspirando outras cidades do Paraná. A cada rota percorrida, o combustível criado por elas transporta mais do que estudantes — leva também a ideia de que ciência, juventude e cuidado ambiental formam a energia essencial para um futuro mais limpo e esperançoso.