Categoria Inovação

Memória RAM reposiciona mercado e muda o jeito de escolher notebooks; entenda

A disputa global por memória RAM, impulsionada pela inteligência artificial, deve reduzir padrões de hardware em notebooks e alterar preços ao longo de 2026.

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A memória RAM entrou no centro de uma virada inesperada na indústria de tecnologia. Depois de anos de avanço gradual, o setor caminha para 2026 diante de um paradoxo claro: notebooks mais novos podem chegar às lojas com menos capacidade de memória do que modelos recentes. Ainda assim, a causa não está em limites técnicos. Pelo contrário, ela nasce da reorganização global da produção de componentes, puxada pela expansão acelerada da inteligência artificial.

Como a memória RAM saiu dos notebooks e foi parar nos data centers

Nos últimos dois anos, empresas como Google, Microsoft e OpenAI passaram a absorver volumes crescentes de memória RAM do tipo DRAM, direcionada a servidores de alto desempenho. Como consequência direta, a oferta diminuiu. Esse desvio, portanto, passou a pressionar a cadeia industrial e, ao mesmo tempo, elevou os custos dos chips usados em computadores pessoais. Segundo análises da consultoria TrendForce, fabricantes começaram a rever configurações para manter preços acessíveis ao consumidor médio. Assim, modelos intermediários devem adotar 8 GB de memória RAM como padrão.

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Ao mesmo tempo, a diferença de preço entre configurações aumentou de forma visível. Em alguns casos, o salto de 16 GB para 32 GB de memória RAM já adiciona cerca de US$ 550 ao valor final do notebook. Dessa forma, máquinas que antes chegariam ao mercado com 16 GB passam a oferecer metade dessa capacidade de memória, como forma de equilibrar custos e garantir disponibilidade de componentes.

O impacto no consumidor e no software

Esse novo cenário afeta diretamente a experiência do usuário. Afinal, aplicações modernas, navegadores e sistemas operacionais foram projetados para ambientes com mais memória RAM disponível. Agora, no entanto, o contexto se inverte. Desenvolvedores voltam a ser pressionados a criar softwares mais leves, capazes de rodar de maneira estável mesmo em notebooks com RAM limitada.

Enquanto isso, iniciativas como o selo Copilot+, da Microsoft, que estabeleceu 16 GB de memória RAM como base em 2025, enfrentam um teste prático. A realidade da cadeia industrial, portanto, pode forçar ajustes nessas diretrizes, sobretudo fora do segmento premium.

Por fim, analistas do setor indicam que a volatilidade nos preços da memória RAM tende a se intensificar a partir do segundo trimestre de 2026. Para o consumidor, esse contexto favorece decisões antecipadas e a busca por notebooks que permitam expansão manual da RAM do sistema. No curto prazo, a computação pessoal pode lembrar padrões antigos. Ainda assim, esse ajuste também abre espaço para soluções mais eficientes e para um novo equilíbrio entre hardware e software.