Os data centers nórdicos ganharam destaque após a Bloomberg mostrar como países como Finlândia e Suécia transformam calor residual em aquecimento urbano. A prática, que converte energia antes desperdiçada em conforto doméstico, já abastece milhares de casas e inspira novas soluções para cidades mais eficientes.
Em Mantsala, no sul da Finlândia, um centro de 75 MW aquece o equivalente a 2.500 residências, reduzindo custos locais e fortalecendo um modelo de aquecimento urbano baseado em calor residual. O engenheiro Ari Kurvi, pioneiro nessa ideia desde 2009, resume seu ponto de partida de forma simples: “Existe calor, existe frio, e talvez possamos trocar algo aqui.” Assim, uma infraestrutura antiga ganhou nova vida graças à tecnologia.
Como os data centers nórdicos impulsionam inovação sustentável
O avanço também chega ao projeto da Microsoft, que construirá um complexo capaz de aquecer 40% de Espoo. Ali, bombas de calor elevam a temperatura da água para integrá-la à rede local, e o processo substitui até mesmo uma antiga usina a carvão. Segundo Kai Mykkanen, prefeito da cidade, “é mais fácil produzir eletricidade sem emissões do que calor sem emissões”, reforçando a relevância desse reaproveitamento.
Enquanto isso, centros de dados nórdicos como os da Conapto, na Suécia, já enviam calor para 10 mil residências, mostrando como a tecnologia verde avança quando conectada a redes térmicas. Cidades frias e abastecidas por energias renováveis ganham vantagem por combinar clima favorável, eficiência energética e infraestrutura pronta para inovação.
Aquecimento eficiente que impulsiona soluções
A expansão do uso do calor residual depende de regras claras. Na Alemanha, por exemplo, novas leis exigem porcentagens mínimas de reaproveitamento, criando condições iguais para toda a indústria. Esse cenário reforça tendências de centros de dados escandinavos, que já mostram como tecnologia, energia renovável e recuperação de calor podem caminhar juntas. Iniciativas desse tipo apontam para cidades inteligentes mais acolhedoras, onde cada avanço tecnológico se converte em bem-estar compartilhado.
