O carro voador no Brasil deixou o estágio de conceito e passou a operar em ambiente real nesta sexta-feira (19/12). Logo nas primeiras horas do dia, o protótipo desenvolvido pela Eve Air Mobility, empresa controlada pela Embraer, realizou seu primeiro voo em Gavião Peixoto, no interior de São Paulo. Com isso, o veículo deu início a uma nova fase da aviação elétrica nacional. Ao mesmo tempo, o teste indica que o transporte aéreo urbano começa a sair do campo das projeções e entra na rotina prática de avaliações técnicas.
Carro voador no Brasil inicia testes em voo
Durante a operação, as equipes monitoraram a integração dos oito propulsores elétricos. Além disso, acompanharam o gerenciamento de energia e o nível de ruído emitido pela aeronave elétrica vertical. Segundo a Eve Air Mobility, o desempenho do veículo aéreo urbano seguiu os parâmetros esperados. A partir desse resultado, a empresa passa a cumprir uma agenda contínua de voos experimentais. Assim, os testes devem avançar de operações estacionárias para voos completos ao longo de 2026.
Ao todo, seis protótipos participam dessa fase. Esses ensaios fornecem dados técnicos para o processo de certificação junto à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Sem essa autorização, o carro voador no Brasil não pode operar de forma regular nem transportar passageiros.
Produção nacional e uso urbano planejado
O carro voador no Brasil é fabricado em Taubaté, no Vale do Paraíba, em uma planta industrial preparada para produzir até 480 unidades por ano. O modelo acomoda cinco pessoas, sendo quatro passageiros e um piloto, e oferece autonomia de até 100 quilômetros. Dessa forma, o veículo aéreo atende trajetos curtos, como ligações entre centros urbanos próximos, aeroportos e polos empresariais.
Atualmente, cerca de 3 mil unidades do carro voador no Brasil já foram encomendadas. Por isso, a expectativa da empresa é iniciar as entregas e as operações comerciais em 2027. A proposta é abrir uma nova alternativa de transporte aéreo em ambientes urbanos e regionais.
As projeções da Eve indicam que a frota global e em outros países pode alcançar 30 mil unidades até 2045. Nesse período, o potencial é transportar mais de 3 bilhões de passageiros. A empresa estima que esse mercado possa gerar até US$ 280 bilhões em receitas. Nesse cenário, o apoio financeiro de R$ 200 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) fortalece os testes e amplia a presença do carro voador no Brasil no avanço da aviação elétrica urbana.
