Categoria Gastronomia

Febre global do matcha ganha identidade brasileira e propósito

A febre global do matcha saiu dos templos para o feed e, no Brasil, ganha identidade própria: bebidas funcionais, preparo simples e respeito à origem. Entre calor nas safras e tarifas nos EUA, marcas apostam em consumo consciente, educação e qualidade.

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A febre global do matcha virou linguagem comum em cafeterias, academias e timelines. Entre vídeos no TikTok e filas em Uji, o pó verde ganhou escala inédita e preços maiores, pressionado por ondas de calor no Japão e tarifas nos Estados Unidos. No Brasil, a tendência encontrou um caminho próprio: produtos práticos, validação técnica e um discurso de bem-estar que respeita a origem. Nesse cruzamento de tradição e ciência, o país passa a contar sua própria história.

Febre global do matcha: tradição, ciência e oferta em tensão

Do campo ao copo, a cadeia vive um aperto real. A produção japonesa de matcha quase triplicou entre 2010 e 2023, mas as safras sentiram o calor recente, sobretudo em Kyoto e Uji. Lojas limitaram latas por cliente e cafeterias racionaram insumos. As exportações de chá verde, incluindo matcha, avançaram em valor no último ano, enquanto tarifas de importação anunciadas pelos EUA em 2025 — próximas de 15% — adicionaram pressão. Mesmo assim, a popularidade cresceu com receitas virais, preparo simplificado e um imaginário de foco calmo, explicado pela dupla cafeína + L-teanina.

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Um case para acompanhar febre global do matcha

Aqui, a história ganhou sotaque. O Push Matcha Latte nasceu para democratizar o sabor e a funcionalidade: 66 mg de cafeína por dose, adição de L-teanina, vitaminas e fibras, além de blend de origem japonesa (Uji, Mie e Shizuoka) finalizado em Barueri. Em menos de três meses, as vendas passaram de R$ 500 mil e o produto já responde por mais da metade da receita. Segundo a empresa, a taxa de recompra chegou a 37% e o EBITDA ficou positivo em 15%, com previsão de 20%–25% até meados de 2026. O canal direto sustenta margens, enquanto parcerias com cafés de São Paulo ampliam presença entre a febre global do matcha.

Reação do mercado: consumo atento, qualidade na vitrine

Especialistas japoneses sugerem reservar as melhores safras para o preparo puro e usar colheitas posteriores em receitas. A lógica é simples: proteger o sabor e a cultura, ao mesmo tempo em que se amplia o acesso. No Brasil, a resposta passa por educação — cursos, degustações, eventos de yoga e pilates — e por produtos que entregam energia estável sem ansiedade. A Push mantém fornecimento para cafeterias e programas de wellness corporativo e relata que “há grande chance de o matcha pedido em São Paulo ter o blend da casa”, segundo a liderança. Essa percepção ancora a febre global do matcha em experiências reais.

Panorama do matcha

Se a demanda supera a oferta, o caminho brasileiro tem sido combinar respeito à origem com inovação responsável: blends rastreáveis, fórmulas validadas e um discurso de saúde menos estridente. Lá fora, produtores ajustam cultivo, maquinário e logística; aqui, marcas miram escala com educação do paladar e parcerias. A febre global do matcha seguirá forte, mas prosperará melhor onde tradição e ciência caminharem juntas — do campo à xícara, com alegria e propósito.