O McDonald’s entrou de vez na era da pecuária regenerativa, um modelo que busca restaurar o solo, preservar recursos naturais e reduzir emissões de carbono. Segundo a AP News e o portal corporativo da rede, a empresa lançou nos Estados Unidos a Grassland Resilience and Conservation Initiative, em parceria com a National Fish and Wildlife Foundation (NFWF) e o Natural Resources Conservation Service (NRCS). O investimento de US$ 200 milhões será aplicado em 4 milhões de acres (1,6 milhão de hectares), beneficiando pecuaristas em até 38 estados norte-americanos.
A iniciativa representa o maior aporte da história do McDonald’s em sustentabilidade agropecuária e pretende unir ciência, incentivo financeiro e monitoramento técnico para impulsionar práticas de manejo do gado que devolvam vida ao solo e aumentem a biodiversidade das pastagens.
No Brasil, Arcos Dorados amplia o alcance da pecuária regenerativa
Na América Latina, quem conduz essa transformação é a Arcos Dorados, operadora da marca em 20 países. Desde 2018, a empresa mantém uma política de carne livre de desmatamento, monitorando por satélite 9,6 milhões de hectares e mais de 8 mil fazendas. Conforme o relatório ESG de 2023, 99,92% das compras já cumprem os critérios de origem responsável, segundo a própria companhia.
No Brasil, a Arcos Dorados apoia o programa Novo Campo, desenvolvido pelo Instituto Centro de Vida (ICV), em Alta Floresta (MT). O projeto integra pecuária regenerativa e floresta em recuperação, permitindo que produtores aumentem produtividade enquanto restauram áreas degradadas. Essa carne sustentável já chega às lojas da rede e demonstra que inovação e conservação podem caminhar lado a lado.
Parcerias e impacto positivo no campo
O modelo brasileiro aposta na colaboração entre ONGs, pecuaristas e tecnologia ambiental. Executivos do McDonald’s visitaram propriedades em Mato Grosso para avaliar práticas da pecuária regenerativa e buscar formas de escalá-las em toda a cadeia. As fazendas envolvidas já aplicam rotação de pastagens, manejo da água, plantio de árvores e sistemas integrados lavoura-pecuária-floresta.
Essas práticas vêm inspirando outros produtores e reforçam que o hambúrguer do futuro pode nascer de um solo mais fértil, de uma pecuária mais justa e de uma relação mais equilibrada entre alimento e natureza.
O futuro da carne regenerativa
Ao unir ciência e campo, o McDonald’s mostra que a regeneração não é apenas possível, mas necessária. O movimento global em torno da pecuária regenerativa já atrai gigantes do agronegócio e pesquisadores interessados em medir seus efeitos sobre carbono e produtividade.
Enquanto os resultados práticos começam a surgir, cresce a expectativa de que o modelo brasileiro sirva de vitrine para a América Latina. A aposta é clara: o futuro da carne não será apenas sobre sabor, mas sobre regenerar a terra que a produz.