Arqueólogos italianos anunciaram neste mês a descoberta de um templo solar egípcio com cerca de 4.500 anos na necrópole de Abusir, ao sul do Cairo, após escavações que revelaram parte inédita do complexo religioso. O santuário, erguido durante o reinado do faraó Niuserre, da Quinta Dinastia, ajuda a explicar como o culto ao deus Rá estruturava o poder real no Antigo Império.
Ao mesmo tempo, a escavação expôs grande parte do templo do vale, que conectava o santuário principal ao rio Nilo por uma via cerimonial usada em rituais públicos.
O culto ao sol e o poder real do templo solar egípcio
Durante a Quinta Dinastia, o culto ao sol ganhou centralidade e, por isso, cada templo solar egípcio reforçava o faraó como mediador entre deuses e humanos. Nesse contexto, inscrições hieroglíficas descrevem festas religiosas ligadas ao calendário solar, ajudando a entender a rotina ritual do período.
Além disso, a arquitetura sugere alinhamentos com eventos astronômicos, mostrando como fé, observação do céu e autoridade política se conectavam no cotidiano egípcio.
Segundo o Conselho Supremo de Antiguidades do Egito, a área do templo solar egípcio ficou inacessível por mais de um século, mas técnicas atuais permitiram avançar:
“A missão conseguiu expor mais da metade da planta original do templo, algo que nunca havia sido alcançado antes”, afirmou o secretário-geral do Conselho Supremo de Antiguidades do Egito, em comunicado oficial.
Vestígios do cotidiano antigo
Outro ponto revelador envolve os objetos encontrados no sítio, como fragmentos cerâmicos ligados a práticas religiosas e atividades diárias. Ao mesmo tempo, rampas e corredores indicam logística elaborada, conectando o templo ao Nilo e facilitando cerimônias.
Esses dados mostram que o templo solar egípcio não funcionava de forma isolada, pois integrava religião, engenharia e vida social em uma mesma paisagem simbólica.
O que essa descoberta muda hoje
O anúncio oficial, feito em dezembro de 2025, recoloca Abusir no centro da arqueologia egípcia contemporânea e amplia seu peso científico. Além disso, novas escavações devem revelar selos reais e cerâmicas que ajudam a entender hábitos da elite.
Com isso, o templo solar egípcio de Niuserre deixa de ser apenas uma ruína antiga e passa a conectar ciência moderna e espiritualidade ancestral.
À medida que as pesquisas avançam, cada fragmento recuperado ajuda a reconstruir uma era guiada pelo sol, mostrando como o deserto ainda oferece respostas ao presente.
