A linguagem das baleias acaba de ganhar um brilho inesperado após uma análise conduzida por pesquisadores da Universidade da Califórnia, Berkeley, e do Projeto Ceti. Com apoio de IA, eles encontraram sons vocálicos que se aproximam das nossas vogais, ampliando o entendimento sobre a comunicação desses gigantes do mar. A descoberta, publicada na revista Open Mind, reacende o fascínio por diálogos que antes pareciam simples cliques espalhados pelo oceano.
Assim, a equipe estudou sequências gravadas na Dominica e identificou estruturas rítmicas inéditas, aprofundando o entendimento sobre a linguagem das baleias. Para isso, os especialistas recorreram a GANs, modelos capazes de reconhecer padrões complexos. Segundo o pesquisador Gašper Beguš, “as GANs conseguem descobrir palavras e estruturas com significado”. A investigação mostrou que as variações de duração, ritmo e frequência dos sons lembram vogais e ditongos, o que reforça o caráter sofisticado da comunicação dos cetáceos.
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IA expande o entendimento sobre padrões acústicos
Com base nos registros, os cientistas observaram indícios de intenção vocal, sugerindo que a língua das baleias segue regras próprias. Beguš explicou que, “antes, muitos pensavam em um código Morse, mas hoje esses sons parecem vogais muito lentas”. Esse avanço fortalece o campo da bioacústica, que há anos tenta decifrar como diferentes espécies organizam seus sinais de troca.
A análise também apontou variações que lembram conversas, indicando que os animais diferenciam suas próprias emissões. Contudo, os autores destacam que o objetivo não é traduzir significados, mas entender estruturas. Essa abordagem estimula novas perguntas sobre o vocabulário das baleias e cria pontes entre tecnologias emergentes e o estudo da natureza.
Horizontes éticos e o futuro da linguagem das baleias
No plano ético, as descobertas trazem reflexões sobre linguagem, direitos e convivência entre espécies. Beguš observa que a presença de padrões elaborados desafia fronteiras antes tratadas como absolutas. Embora o tema ainda esteja em evolução, a fala das baleias pode inspirar novas formas de cuidado com a vida marinha e fortalecer pesquisas que unem ciência, empatia e imaginação.
