A Black Friday no Brasil ganhou força no comércio digital e ajudou a impulsionar R$ 7,93 bilhões em vendas online em 2024. Embora o feriado não exista no calendário nacional, o país transformou a data em um marco para o varejo. Além disso, o avanço ocorre pela migração intensa para compras pela internet e pela projeção de R$ 9,08 bilhões em 2025, segundo a Associação Brasileira de Inteligência Artificial e E-commerce (Abiacom). Desse modo, esse cenário coloca a Black Friday nacional em um novo patamar dentro do calendário comercial.
Em meio a esse crescimento, a história da data revela caminhos inesperados. O termo Black Friday — que inspirou diretamente a construção da Black Friday no Brasil — já teve outro significado. Embora hoje esteja ligado ao maior dia de compras dos Estados Unidos, ele se referia inicialmente a eventos muito diferentes. Segundo o linguista Benjamin Zimmer, “o adjetivo negro foi usado durante muitos séculos para retratar diversos tipos de calamidades”. Esse contexto explica o surgimento da expressão em 1869, após a crise do ouro causada por Jay Gould e James Fisk. Mais tarde, o termo retornou associado ao trânsito intenso e ao cansaço dos trabalhadores da Filadélfia. Assim, esses episódios ajudaram a moldar indiretamente a atual Black Friday no país.
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Evolução da data
A expansão dessa lógica veio acompanhada de tradições culturais. Em 1905, a canadense Eaton’s realizou um desfile que marcava o início das festas. A Macy’s retomou a ideia em 1924 e, consequentemente, reforçou o impulso às compras de fim de ano. Com isso, a data ganhou força e entrou na identidade comercial americana. Anos depois, esse conjunto de práticas influenciou o modo como o Brasil adotou a Black Friday brasileira.
Nem sempre o ritmo do varejo foi previsível. Em 1939, lojistas pediram a Franklin Roosevelt a antecipação do Dia de Ação de Graças para ampliar o período de compras. Entretanto, a mudança dividiu o país. Em 1941, o Congresso fixou a celebração na quarta quinta-feira de novembro e, assim, criou as bases que ajudariam a consolidar o formato que inspira a Black Friday no Brasil.
A data só se tornou o principal dia de compras nos anos 2000. Antes disso, os consumidores costumavam comprar no sábado. Entretanto, a cultura promocional mudou esse hábito e influenciou a adoção da Black Friday nacional.
Black Friday no Brasil e em outros países ao redor do mundo
A tradição se espalhou com rapidez. Canadá, México e Brasil criaram versões próprias do evento. Além disso, o comércio digital ampliou ainda mais o alcance da data. Hoje, a estrutura que sustenta a Black Friday brasileira segue em adaptação. O e-commerce atende consumidores que buscam conveniência e segurança. Por fim, a tendência indica um calendário mais flexível, capaz de renovar expectativas e manter viva a energia que move essa celebração global.
