Os 120 anos de nascimento de Érico Veríssimo, celebrados no dia 17/12, renovam o interesse pelos livros de Érico Veríssimo, que continuam presentes em escolas, clubes de leitura e novas edições editoriais. Segundo análise publicada pela GZH, a permanência do autor gaúcho no imaginário nacional contrasta com o esquecimento que atingiu muitos escritores populares do início do século XX. A explicação passa pela capacidade rara de unir narrativa envolvente, densidade histórica e leitura fluida, sem afastar públicos distintos.
Ao longo da carreira, Érico construiu romances que dialogam com o Brasil urbano, o interior do país e os dilemas humanos universais. Obras como Olhai os lírios do campo, Incidente em Antares e, sobretudo, a trilogia O Tempo e o Vento seguem reeditadas e comentadas. Nesse conjunto, os livros de Érico Veríssimo funcionam como uma espécie de espelho histórico, capaz de revelar conflitos sociais, escolhas morais e tensões políticas sem perder ritmo narrativo.
Livros de Érico Veríssimo e a ambição de narrar o tempo histórico
Essa ambição literária foi assumida pelo próprio autor. Em depoimento ao documentário Um Contador de Histórias (1974), dirigido por David Neves e Fernando Sabino, Érico explicou o salto criativo que deu origem à sua grande saga:
“As viagens, as leituras, as releituras de meus próprios livros me levaram à convicção de que eu tinha de partir para algo mais largo como um mural.”
Ao mesmo tempo, o sucesso comercial dos livros de Érico Veríssimo nunca afastou o escritor do debate intelectual. Embora tenha enfrentado resistência por vender muitos exemplares, sua obra conquistou leitores acadêmicos e críticos atentos à forma como o tempo histórico estrutura seus romances. Além disso, traduções para 19 idiomas ampliaram o alcance internacional, com destaque para a circulação na América Latina.
Horizontes positivos
Ao completar 120 anos, Érico Veríssimo permanece atual não por nostalgia, mas porque seus livros seguem oferecendo leitura prazerosa e reflexão histórica. Em um país que busca compreender o próprio passado, sua obra continua abrindo caminhos de entendimento, imaginação e diálogo entre gerações.
