A exposição Jung apresenta ao público paulistano uma imersão inédita nos principais conceitos da psicologia analítica de Carl Gustav Jung, no Museu da Imagem e do Som (MIS) , em São Paulo. A mostra transforma ideias centrais do pensador suíço em ambientes sensoriais, combinando arte, som, imagem e interação direta com o visitante.
Nesse percurso, o MIS convida o público a vivenciar temas como arquétipos, sonhos, persona e inconsciente coletivo por meio de instalações visuais e experiências participativas, em cartaz até 18 de janeiro de 2026. A proposta dialoga com o interesse crescente por autoconhecimento e saúde emocional no Brasil, ao oferecer uma forma acessível de refletir sobre identidade, conflitos internos e sentido de vida a partir da obra de Carl Gustav Jung.
Psicologia analítica transformada em experiência
Logo na entrada, a exposição Jung no MIS estabelece o tom do percurso: o visitante não apenas observa, mas também participa. Instalações sonoras, ambientes escuros e imagens simbólicas conduzem a uma travessia pela psique, inspirada na psicologia analítica criada por Jung.
Ao longo do trajeto, temas como sintomas emocionais, sonhos e associações de palavras aparecem como chaves de leitura do mundo interno. Dessa forma, a mostra aproxima ciência e arte, criando uma ponte entre o pensamento junguiano e questões contemporâneas, como ansiedade, esgotamento e busca por pertencimento.
Persona, arquétipos e as máscaras do cotidiano são obras da exposição Jung no MIS
Entre os núcleos mais impactantes da exposição Jung no MIS, destaca-se o espaço dedicado à Persona, conceito que descreve os papéis assumidos para circular socialmente. Nesse ambiente, mais de mil máscaras de gesso, produzidas por estudantes, ocupam um grande salão e provocam identificação imediata.
Enquanto isso, espelhos e reflexos ampliam a experiência, colocando o visitante frente a expressões que representam expectativas sociais, profissões e padrões de comportamento. Assim, a instalação convida a perceber até que ponto essas adaptações ajudam ou limitam a experiência de ser quem se é.
“A persona é necessária para viver em sociedade, mas o risco surge quando ela passa a ocupar todo o espaço da identidade”, explica o material curatorial da exposição, ao apresentar o conceito desenvolvido por Carl Gustav Jung.
Sonhos, sincronicidade e criação simbólica
Na sequência, o percurso avança para áreas dedicadas aos sonhos e à sincronicidade, ideias centrais da obra de Jung. Sons, imagens oníricas e relatos anônimos formam um ambiente que sugere diálogo constante entre mundo interno e realidade externa.
Ao mesmo tempo, a exposição Jung no MIS apresenta referências à alquimia simbólica, utilizada por Jung como metáfora de transformação psíquica. O visitante acompanha processos visuais que remetem à integração de opostos, tema essencial do caminho de individuação.
Por fim, mandalas interativas convidam à criação pessoal, reforçando a ideia de que a psique não se resume a diagnóstico, mas inclui potência criativa. Diante disso, em um Brasil atravessado por tensões sociais e emocionais, a exposição Jung no MIS propõe um olhar mais atento para o mundo interior, lembrando que compreender a própria sombra pode ampliar a forma de habitar o coletivo.
