O vendaval histórico registrado na quarta (10/12), em São Paulo, ganhou contornos ainda mais extraordinários quando meteorologistas confirmaram que a ventania se associou à passagem de um ciclone extratropical. Nesse contexto, as rajadas atingiram 98 km/h e avançaram por cerca de 12 horas, algo raro sem chuva ou nuvens carregadas. Enquanto os ventos persistiram, 2,2 milhões de pessoas perderam energia ao longo do dia, o que revelou a vulnerabilidade estrutural de áreas amplas da da região metropolitana da capital.
Impactos imediatos do vendaval histórico
Na manhã de quinta (11/12), São Paulo e cidades vizinhas ainda somavam 1,5 milhão de imóveis sem energia, segundo a Enel. Como explicou a concessionária, 23% dos clientes enfrentaram interrupções após galhos, árvores e objetos atingirem diretamente a rede. Além disso, equipes registraram mais de mil quedas de árvores durante o vendaval histórico, que bloquearam vias, danificaram equipamentos e comprometeram o abastecimento de água em vários bairros. Por isso, os parques municipais permaneceram fechados e passaram por reavaliações individuais antes da reabertura.
Ao mesmo tempo, o impacto apareceu com força na mobilidade aérea. Congonhas e Guarulhos acumularam 344 voos cancelados desde quarta-feira, o que levou passageiros a enfrentar filas extensas, remarcações contínuas e noites nos terminais. Além disso, aeroportos do Rio de Janeiro e de Brasília também ajustaram operações para reduzir atrasos decorrentes do vendaval recorde.
Com a interrupção da energia, a cidade registrou 203 km de lentidão, segundo a CET. Técnicos contabilizaram 235 semáforos apagados, enquanto outros funcionavam de forma irregular. Como diversos obstáculos permaneceram nas vias, a circulação ficou mais lenta, e equipes municipais priorizaram rotas estratégicas para restabelecer o fluxo com segurança.
Um fenômeno que amplia o debate climático urbano
Esse vendaval incomum, impulsionado por um ciclone extratropical, ampliou discussões sobre adaptação climática em áreas densamente urbanizadas. Enquanto especialistas observam padrões atmosféricos que intensificam rajadas e transformam o cotidiano das metrópoles, cresce a necessidade de novas formas de prevenção. Dentro dessa perspectiva, o vendaval histórico reforça o valor do conhecimento científico e fortalece a confiança coletiva diante de fenômenos naturais cada vez mais presentes na vida moderna.
