A distribuição de mamíferos na Terra ajuda a revelar uma transformação silenciosa que se construiu ao longo de séculos. Atualmente, a maior parte da massa total de mamíferos vivos não ocupa florestas ou savanas, mas se concentra em cidades, fazendas e áreas de pastagem. Nesse cenário, humanos e animais de criação, como bovinos, suínos e ovinos, concentram cerca de 96% da biomassa de mamíferos do planeta, segundo estimativas científicas do Instituto Weizmann de Ciência, em Israel, baseadas em cálculos globais de biomassa.
Como a distribuição de mamíferos na Terra mudou ao longo do tempo
Durante grande parte da história, a distribuição de mamíferos na Terra apresentou o predomínio de espécies silvestres de diferentes portes e hábitos. Com a expansão da agricultura e da pecuária, porém, esse equilíbrio passou por alterações contínuas. À medida que a população humana cresceu, a demanda por alimentos também aumentou, especialmente por proteínas de origem animal. Como consequência, áreas naturais deram lugar a pastagens e lavouras voltadas à alimentação do gado.
Nesse contexto, a composição dos mamíferos terrestres passou por mudanças evidentes. A biomassa de mamíferos selvagens perdeu espaço dentro da distribuição de mamíferos na Terra. Animais de grande porte, como elefantes, rinocerontes e grandes felinos, hoje representam apenas uma fração reduzida quando comparados ao peso combinado de humanos e rebanhos. Mesmo grupos numerosos, como roedores e morcegos, mantêm participação limitada quando o critério adotado é a massa total.
O que explica a concentração atual de humanos e gado
A lógica produtiva ajuda a explicar a atual distribuição de mamíferos na Terra. Em 2025, a população mundial supera 8 bilhões de pessoas, enquanto a pecuária segue como um dos pilares do sistema alimentar global. Além disso, tecnologias de manejo, transporte refrigerado e a expansão do comércio internacional permitiram criar mais animais em menos tempo e em espaços controlados.
Esse modelo produtivo impulsionou o crescimento da biomassa de animais domésticos e, ao mesmo tempo, reduziu e fragmentou habitats naturais. Assim, a distribuição de mamíferos na Terra passou a concentrar a fauna silvestre em áreas menores, com populações mais isoladas e maior exposição a conflitos com atividades humanas.
Impactos ecológicos dessa distribuição desigual
A atual distribuição de mamíferos na Terra interfere diretamente em processos ecológicos essenciais. A menor presença relativa de mamíferos silvestres altera cadeias alimentares, dispersão de sementes e o equilíbrio entre predadores e presas. Além disso, ruminantes como bovinos liberam metano durante a digestão, o que relaciona a predominância do gado aos debates sobre clima e uso da terra.
Mesmo diante desse cenário do estudo do Instituto, iniciativas de conservação, restauração de habitats e sistemas produtivos mais integrados mostram que a distribuição de mamíferos na Terra não precisa seguir um único padrão no futuro. Assim, ajustes no uso do solo, proteção de áreas naturais e novas formas de produzir alimentos apontam para um caminho em que humanos, gado e fauna silvestre possam dividir o planeta de maneira mais equilibrada.planeta de maneira mais equilibrada.
