Categoria Cotidiano

Descoberta de fósseis do Ártico revelam diversidade de répteis marinhos

Um vasto conjunto de fósseis no Ártico indica que répteis marinhos se diversificaram logo após a extinção do Permiano, antecipando a evolução desses animais nos oceanos.

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No arquipélago norueguês no Árticode, chamado Svalbard, fósseis escavados na ilha de Spitsbergen mostram que répteis marinhos já ocupavam os oceanos apenas três milhões de anos após a maior extinção em massa conhecida. Esse intervalo marca o início do Triássico, quando, aos poucos, a vida marinha começava a se reorganizar depois do colapso do final do Permiano.

Nesse contexto, os pesquisadores localizaram o material em um leito fossilífero chamado Grippia, que reúne mais de 30 mil fragmentos. Nesse depósito aparecem peixes de diferentes grupos, anfíbios primitivos e, sobretudo, uma variedade inesperada de répteis marinhos. Entre eles surgem ictiossauros, ictiopterígeos e formas aparentadas, algumas já com características avançadas para um período tão próximo da extinção. Por isso, o conjunto indica que a retomada da fauna oceânica ocorreu mais cedo do que se imaginava.

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Relações ecológicas nos mares do início do Triássico

Ao longo de dez anos, equipes do Museu de História Natural da Universidade de Oslo e do Museu Sueco de História Natural examinaram escamas, ossos, dentes e até coprólitos. Segundo a paleontóloga Aubrey Roberts, a diversidade surpreendeu os próprios cientistas. Além disso, a presença de várias espécies de répteis marinhos mostra que essas linhagens já se expandiam enquanto outros grupos ainda atravessavam um período de recuperação.

Além da diversidade, os fósseis ajudam a entender como funcionava a cadeia alimentar. Tubarões consumiam peixes menores e, em seguida, esses peixes serviam de alimento para grandes répteis marinhos, que ocupavam o topo do ecossistema. Assim, o antigo oceano Pantalassa já apresentava interações complexas logo após a extinção.

Como os répteis marinhos revelam a recuperação dos mares após a extinção

As evidências encontradas em Svalbard indicam que a evolução dos répteis marinhos não seguiu um caminho lento e linear. Em vez disso, múltiplas linhagens parecem ter surgido quase ao mesmo tempo, acompanhando a recomposição dos oceanos. Com isso, o achado amplia a compreensão sobre como a vida reage após eventos extremos e mostra que a história da Terra guarda processos mais dinâmicos do que os modelos clássicos costumavam prever.