Em 10 de outubro de 2025, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou um marco histórico: a redução da fome no Brasil atingiu o menor nível desde o início da série da PNAD Contínua sobre segurança alimentar. O estudo revelou que 75,8% dos domicílios brasileiros vivem hoje em segurança alimentar plena, enquanto 24,2% enfrentam algum grau de insegurança. Assim, 2,2 milhões de famílias deixaram essa condição em apenas um ano.
Avanço confirmado por dados oficiais
A redução da fome no Brasil se reflete em todos os níveis medidos pela Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA), método adotado pelo IBGE. Em 2024, a insegurança leve caiu para 16,4%, a moderada para 4,5% e a grave — associada à fome efetiva — recuou para 3,2%. Esse é o menor índice desde 2004, início da série.
Além disso, o IBGE destacou que a melhora está ligada à expansão de programas sociais, à recuperação do mercado de trabalho e à valorização do salário mínimo. “Esses números mostram que o país voltou a garantir o direito básico à alimentação”, afirmou Wellington Dias, ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), em nota no portal gov.br.
Desigualdades ainda preocupam
Apesar do avanço, a redução da fome no Brasil não ocorre de forma igual em todo o território. O Norte e o Nordeste continuam com os maiores índices de insegurança alimentar. No Norte, por exemplo, 37,7% dos lares convivem com restrições no acesso à comida, segundo o IBGE. Já nas zonas rurais, o cenário segue mais difícil: a insegurança alimentar é mais alta que nas áreas urbanas, o que exige políticas específicas e permanentes.
Por outro lado, o país saiu novamente do Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas (ONU). Segundo o MDS, a taxa de subalimentação caiu para menos de 2,5% da população, patamar considerado fora do mapa pela FAO.
Caminhos para o futuro da redução da fome no Brasil
A redução da fome no Brasil confirma a importância de políticas públicas voltadas à redistribuição de renda, à agricultura familiar e à segurança alimentar. Contudo, especialistas alertam que o desafio agora é manter o ritmo. É preciso garantir recursos estáveis, transparência nos dados e acompanhamento constante das populações mais vulneráveis.
Portanto, a conquista é um ponto de partida, não de chegada. O país renova o compromisso de que ninguém deve passar fome. Com união e continuidade, o Brasil pode transformar esse resultado em base sólida para um futuro mais justo e saudável.