Categoria Cotidiano

Primeira cadeirante no espaço: passageira participa de voo histórico da Blue Origin

Uma engenheira da Agência Espacial Europeia se torna a primeira cadeirante no espaço ao integrar missão turística da Blue Origin, abrindo novas perspectivas para inclusão no setor.

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A primeira cadeirante no espaço entra para a história da exploração espacial nesta quinta-feira (18/12), às 13h, pelo horário de Brasília. Michaela Benthaus, engenheira aeroespacial e mecatrônica da Agência Espacial Europeia (ESA), integra a tripulação do voo NS-37 da Blue Origin. A missão suborbital marca um feito inédito ao levar, pela primeira vez, uma pessoa cadeirante além da Linha de Kármán, limite convencional do espaço.

Em 2018, Michaela sofreu uma lesão na medula espinhal após um acidente de mountain bike e perdeu os movimentos das pernas. Ainda assim, manteve sua atuação técnica no setor espacial. Desde então, participou de um voo parabólico com gravidade zero e, em 2022, integrou uma missão análoga de 15 dias na Polônia, que simula rotinas de astronautas. Esse percurso preparou o caminho para que se tornasse a primeira cadeirante no espaço em um voo turístico.

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Como o voo da Blue Origin viabiliza a primeira cadeirante no espaço

A missão será realizada com o foguete New Shepard, composto por um propulsor reutilizável e uma cápsula de passageiros. O voo tem duração aproximada de 10 a 11 minutos. Após a decolagem, a cápsula se separa do propulsor e alcança cerca de 100 quilômetros de altitude. Durante aproximadamente quatro minutos, os ocupantes vivenciam a ausência de peso antes do retorno ao solo com o auxílio de paraquedas.

De acordo com a Blue Origin, a nave foi projetada com foco em acessibilidade desde sua concepção. Por isso, a participação da primeira cadeirante no espaço não exigiu alterações estruturais no veículo. A empresa adotou apenas ajustes operacionais, como pranchas e tapetes de transferência, para facilitar a entrada e a saída da cápsula após o pouso no deserto.

Tripulação diversa

Além de Michaela Benthaus, a missão NS-37 reúne outros cinco passageiros com trajetórias variadas. Entre eles estão Hans Koenigsmann, engenheiro ligado ao desenvolvimento de foguetes reutilizáveis, Joey Hyde, físico e doutor em astrofísica, Neal Milch, executivo envolvido com pesquisa genética, Adônis Pouroulis, empreendedor do setor de energia, e Jason Stansell, entusiasta da ciência e da aviação. A diversidade de perfis reforça o caráter plural do voo.

Esse conjunto de histórias amplia o simbolismo da primeira cadeirante no espaço, ao mostrar que o turismo espacial reúne ciência, experiência humana e diferentes formas de olhar para o futuro.

Até o momento, 86 pessoas já voaram no New Shepard, algumas em mais de uma missão. A NS-37 aponta para uma nova etapa do turismo espacial ao integrar inclusão e tecnologia em um mesmo voo. A trajetória de Michaela Benthaus sugere que, com planejamento e inovação, o espaço tende a se tornar cada vez mais aberto a diferentes perfis, refletindo transformações que começam na Terra e avançam além dela.