As pegadas de dinossauros encontradas no norte da Amazônia contam uma história que o tempo quase apagou. Em meio ao bioma Lavrado, pesquisadores da Universidade Federal de Roraima (UFRR) identificaram mais de cem marcas fossilizadas com cerca de 110 milhões de anos. A descoberta, confirmada após 14 anos de estudos e divulgada pela Andifes, revela que a região abrigou diferentes espécies pré-históricas e pode se tornar um polo de pesquisa e turismo científico.
O solo que guarda pegadas de dinossauros
As pegadas estão gravadas em formações de arenito do período Cretáceo, quando a paisagem amazônica era tomada por lagos e dunas. De acordo com o professor Vladimir de Souza, da UFRR, as marcas incluem desde pequenos carnívoros, como velociraptors, até herbívoros gigantes. Além disso, a equipe já identificou seis gêneros distintos e estima que o número possa ultrapassar vinte. Assim, cada nova escavação ajuda a reconstruir o passado da Amazônia sob uma nova luz.
Pegadas de dinossauros e o turismo científico
Com o avanço das pesquisas, cresce também o desejo de compartilhar a descoberta com o público. Por isso, os cientistas propõem a criação de um parque geológico em Bonfim, espaço que reunirá educação, ciência e turismo sustentável. Segundo Lucas Barros, da UFRR, o projeto pode impulsionar a economia local e inspirar jovens a conhecerem a paleontologia. Desse modo, as pegadas de dinossauros deixam de ser apenas vestígios e passam a representar uma oportunidade de futuro.
A paisagem viva da era jurássica
Além das marcas no solo, o estudo revelou sinais de antigas florestas. “Encontramos coníferas, samambaias e plantas floridas que mostram como a flora se transformou ao longo do tempo”, explicou o pesquisador Carlos Vieira. Esses registros reforçam a importância de proteger os fósseis, que ajudam a compreender não só o passado da Amazônia, mas também a evolução da vida no planeta.
O futuro das pegadas de dinossauros na Amazônia
Agora, a equipe da UFRR busca parcerias com museus e instituições de ensino para ampliar as escavações e criar programas educativos. As pegadas de dinossauros de Bonfim já se tornaram símbolo do potencial científico de Roraima. Afinal, cada impressão no solo é uma lembrança de que a Amazônia, antes de ser floresta, foi também o palco de gigantes — e continua sendo um território de descobertas.