A palavra do ano 2025, segundo o dicionário Cambridge, que abriu o calendário linguístico, foi “parassocial”. O termo é símbolo de um tempo em que conexões digitais moldam afetos e rotinas. O anúncio feito pelo Dicionário Cambridge reforçou como a expressão do ano de 2025 e ganhou espaço ao longo do ano, especialmente devido às relações unilaterais criadas entre fãs, celebridades e tecnologias interativas. Desde terça-feira (18/11), a palavra ecoa debates sobre como a cultura online transforma a sensação de proximidade.
Enquanto o Cambridge Dictionary analisou o crescimento das buscas, estudiosos lembraram que o conceito nasceu em 1956, quando Donald Horton e Richard Wohl observaram laços criados com personalidades da TV. Agora, entretanto, essas conexões se ampliam por meio das redes sociais, o que intensifica a presença emocional de influenciadores no cotidiano.
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Segundo Colin McIntosh, editor chefe do dicionário, “o que antes era uma palavra acadêmico especializado se tornou mainstream”, algo evidenciado pela curiosidade global.
Palavra do ano 2025 e a relação com figuras públicas
Além disso, exemplos recentes mostraram como a vida pública inspira percepções íntimas. A relação entre Taylor Swift e Travis Kelce, por exemplo, provocou reações sinceras de fãs que nunca conheceram o casal. O mesmo ocorreu com a cantora Lily Allen, cujo álbum despertou atenção intensa nas redes. A expansão dessas narrativas se conecta ao modo como a internet favorece relações unilaterais, alimentando conversas, expectativas e confiança.
No centro dessa realidade, a professora Simone Schnall alertou que “muitas pessoas estabelecem relações parassociais intensas e pouco saudáveis”.
Conforme explicou, essa dinâmica gera a impressão de proximidade e lealdade, ainda que o vínculo seja totalmente unilateral. Para ela, a combinação entre mídia social, cultura digital e IA remodela o fandom, dando nova aparência ao envolvimento emocional.
A cultura digital e o termo de 2025
Essa escolha linguística também reflete preocupações sobre interações com chatbots e IA, já que o crescimento desses recursos levou usuários a criar laços inesperados com tecnologias conversacionais. Esse fenômeno se intensificou ao mesmo tempo em que o Dicionário de Cambridge acrescentou 6 mil novos termos, incluindo “slop” e “tradwife”, reforçando o dinamismo da comunicação digital.
Novas tendências
O aumento de termos ligados ao universo online sugere transformações contínuas na linguagem, mesmo sem previsões futuras além das registradas pelos especialistas.
Conforme McIntosh afirmou, “a linguagem em torno dos fenômenos parassociais está evoluindo rapidamente”, indicando que a sociedade adapta expressões conforme novos hábitos digitais surgem.
Novas expressões da era digital
Esse panorama, impulsionado pelo vocábulo do ano Cambridge, mostra que a linguagem segue viva e moldada por conexões que misturam cultura digital, comunicação e afetos. A análise dessas relações ajuda a entender como usuários constroem vínculos em ambientes cada vez mais interativos, revelando que a internet não apenas informa: ela transforma a forma como as pessoas se percebem no mundo.
