O novo salário mínimo entra em vigor em 2026 após oficialização do governo federal e começa a valer a partir de 1º de janeiro. O valor definido, de R$ 1.621, garante um acréscimo de R$ 103 em relação ao piso nacional pago em 2025, fixado em R$ 1.518. Com a publicação no Diário Oficial da União, o governo encerra meses de projeções e ajustes técnicos e, ao mesmo tempo, amplia a previsibilidade para trabalhadores, aposentados e beneficiários de programas sociais vinculados ao salário mínimo atualizado.
Como o novo salário mínimo é calculado
A legislação estabelece regras claras para a definição do novo salário mínimo, retomadas nos últimos anos. Nesse processo, o cálculo do salário mínimo reajustado considera inicialmente a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o índice acumulou alta de 4,18% nos 12 meses encerrados em novembro. Na sequência, o governo incorpora à fórmula a variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes.
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Em 2024, o PIB registrou crescimento de 3,4%. No entanto, a própria legislação impõe limites a essa incorporação, permitindo que o ganho real fique entre 0,6% e 2,5%. Por isso, o novo salário mínimo ficou abaixo das estimativas iniciais enviadas ao Congresso Nacional. Na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), apresentada em abril, a projeção apontava R$ 1.630. Já no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA), divulgado em agosto, o piso salarial nacional aparecia em R$ 1.631. A inflação efetiva menor do que a prevista levou à revisão final.
Impacto direto na renda das famílias
O novo salário mínimo exerce impacto direto sobre a economia doméstica brasileira. Dados do Censo Demográfico mostram que 35,3% dos trabalhadores recebiam até um salário mínimo em 2022. Além disso, o salário mínimo atualizado serve como referência para aposentadorias, pensões e outros benefícios sociais. Dessa forma, cada reajuste do piso salarial nacional influencia a remuneração mensal e, consequentemente, decisões de consumo, planejamento financeiro e organização do orçamento familiar.
Embora ainda distante do valor apontado por estudos técnicos — o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) estima um salário mínimo ideal acima de R$ 7 mil — o novo salário mínimo reafirma uma política de correção contínua. Ao unir inflação e crescimento econômico dentro de regras bem definidas, o país avança na consolidação de um salário mínimo reajustado mais estável e previsível, o que amplia a segurança no planejamento da vida cotidiana.
