O mistério do gelo explicado começou a intrigar a ciência ainda no século XIX, quando Michael Faraday observou que a superfície congelada permanecia escorregadia mesmo sob temperaturas extremas. À época, o fenômeno parecia desafiar as leis conhecidas da física. Afinal, tudo indicava que a água deveria estar totalmente sólida, sem qualquer traço de fluidez visível.
Segundo reportagem da revista Galileu, publicada a partir de um estudo recente, essa pergunta atravessou gerações sem uma resposta definitiva. Agora, mais de 170 anos depois, pesquisadores da Universidade de Pequim conseguiram revelar o que realmente acontece na superfície do gelo. Com apoio da inteligência artificial, a ciência finalmente iluminou uma fronteira invisível entre o sólido e o quase líquido, encerrando um dos enigmas mais antigos da física molecular.
Como a inteligência artificial entrou no mistério do gelo explicado
Para chegar a essa resposta, os cientistas combinaram microscopia de força atômica com algoritmos de aprendizado de máquina. A técnica permitiu interpretar sinais experimentais incompletos e reconstruir a superfície do gelo com precisão inédita. Assim, a inteligência artificial atuou como uma lente capaz de organizar dados que antes pareciam ruído.
Além disso, os modelos foram treinados com simulações que reproduziam condições reais de laboratório. Com isso, a IA aprendeu a distinguir padrões sutis, mesmo em ambientes de frio extremo, aprofundando o mistério do gelo explicado pela ciência contemporânea. Dessa forma, essa abordagem revelou detalhes que métodos tradicionais jamais haviam captado.
O que existe entre o sólido e o quase líquido
O estudo mostrou que, entre –152 °C e –93 °C, forma-se uma camada superficial amorfa. Nesse estado, as moléculas de água perdem a organização cristalina típica do gelo. Ainda assim, elas não se comportam como um líquido comum. Trata-se de uma fase intermediária, dinâmica e instável.
Segundo o pesquisador Hong, da Universidade de Pequim, “essa camada exibe uma forte desordem topológica e evolui gradualmente para um estado quase líquido à medida que a temperatura aumenta”. Essa explicação resolve, enfim, o mistério do gelo explicado por Faraday.
Além de responder a uma pergunta histórica, a descoberta abre caminhos para aplicações práticas. Ela ajuda a compreender interações químicas na atmosfera, processos de criopreservação e o comportamento de materiais em condições extremas. Ao unir ciência clássica e inteligência artificial, o mistério do gelo explicado mostra como antigas perguntas ainda podem gerar avanços que apontam para um futuro de descobertas mais precisas e humanas.
