A apresentação do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) da estudante Maria de Fátima ganhou destaque na internet. A idosa de 70 anos concluiu a graduação na Universidade Federal do Norte do Tocantins (UFNT) e mostrou que aprender pode florescer em qualquer idade. Assim, a aprovação coroou uma jornada marcada por coragem e escolhas guiadas pelo desejo de reconstruir a própria vida. Nesse cenário, ela transformou memórias em conhecimento e abriu novas portas para seguir estudando.
Logo no início do curso de Licenciatura em Educação do Campo – Artes, o medo tentou interromper sua caminhada. O suporte dos colegas impulsionou a permanência da estudante. Maria de Fátima conta que já havia ouvido comentários desanimadores sobre sua idade, mas decidiu seguir adiante. Esse apoio coletivo se tornou essencial, porque cada gesto reforçava que o ensino superior também pertence a quem decidiu recomeçar. Além disso, o incentivo dos professores, especialmente da orientadora Iara Rodrigues da Silva, ampliou sua confiança para concluir o TCC.
Maria de Fátima conclui TCC e inspira com história de vida
A trajetória descrita da idosa no TCC percorre a infância como quebradeira de coco babaçu, o trabalho duro na juventude e o retorno tardio à escola. A própria aluna afirma que sua história sempre foi marcada por desafios. Além disso, a entrada no EJA reacendeu o desejo de aprender. Ao relembrar esse período, Maria de Fátima destaca com emoção o momento em que uma professora lhe disse que ainda era tempo de estudar, abrindo um novo capítulo.
No centro da produção acadêmica, a estudante contou com o apoio do colega Vinícius Macedo. Ele digitou o texto devido à sua pouca familiaridade com computadores. Esse gesto reforçou a força da comunidade universitária, que acolheu a graduanda sem reservas. A ajuda também transformou sua vivência em pesquisa relevante. Assim, o TCC se tornou uma forma de afirmar a dignidade das próprias raízes.
Caminhos ampliados pela aprendizagem tardia
Para apresentar o trabalho de conclusão de curso, a idosa montou um pequeno cenário que remetia à vida na roça. Maria de Fátima usou objetos simples da época e entrou com a roupa de quebradeira de coco. Depois, segurou o saxofone que comprou no Paraguai. O instrumento simboliza os sonhos que ela ainda pretende realizar. A essa narrativa visual ampliou o impacto da defesa, porque conectou passado e futuro de maneira sensível.
A jornada educacional tardia revela um percurso guiado pela vontade de superar barreiras pessoais e sociais. A história da “universitária de 70 anos” mostra como a educação fortalece autoestima e abre novos horizontes. Estudos disponíveis online sobre aprendizagem ao longo da vida mostram que a continuidade dos estudos favorece autonomia emocional e social. Sendo assim, isso cria um ambiente acolhedor para novos projetos. No fecho, a apresentação do TCC de Maria de Fátima reafirma que sempre há espaço para aprender, criar e sonhar.
