Categoria Cotidiano

Hábito de leitura da Geração Z desafia o mito do desinteresse pelos livros

O hábito de leitura da Geração Z segue ativo em 2025, com preferência por formatos digitais, audiobooks e comunidades online, impulsionado por redes como o BookTok e clubes híbridos.

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O hábito de leitura da Geração Z costuma ser descrito como frágil, porém os dados contam outra história. Em meio a telas, fones de ouvido e redes sociais, jovens nascidos entre 1997 e 2012 seguem em contato diário com narrativas. A diferença está na forma. Em vez de longas horas silenciosas, a leitura surge fragmentada, compartilhada e integrada à rotina digital, o que redefine a relação com os livros.

Esse retrato aparece no State of Reading Report, elaborado por plataformas digitais de leitura e apoiado por pesquisas de organizações como Walton Family Foundation e Gallup. O levantamento aponta que mais da metade da Geração Z lê semanalmente, enquanto uma parcela expressiva mantém contato diário com textos literários. Além disso, muitos relatam ter ampliado esse hábito nos últimos anos, impulsionados por recomendações online e comunidades virtuais.

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Como o digital molda o hábito de leitura da Geração Z

O avanço de e-books, audiobooks e aplicativos de leitura explica parte desse cenário. Jovens alternam formatos conforme o contexto: texto digital no celular, livro impresso para maior foco e áudio durante deslocamentos. Plataformas como Kindle e Audible cresceram entre leitores mais novos, enquanto clubes online transformaram a leitura em experiência coletiva, com comentários, vídeos e debates em tempo real.

Nesse ambiente, o BookTok se tornou um dos principais motores de interesse literário. Criadores de conteúdo apresentam histórias emocionais, romances contemporâneos e fantasia, despertando curiosidade e ampliando o repertório de gêneros. Editoras já reconhecem esse canal como ponte direta com novos leitores, ajustando capas, edições especiais e estratégias de lançamento.

Entre desafios educacionais e novos caminhos de engajamento

Apesar do cenário animador, desafios persistem. Pesquisas educacionais indicam dificuldades de compreensão leitora em parte dos estudantes, reflexo de lacunas anteriores ao ambiente digital. Ainda assim, iniciativas híbridas ganham espaço. Bibliotecas públicas se reinventam como pontos de encontro, enquanto aplicativos interativos e jogos narrativos aproximam jovens de histórias longas.

O hábito de leitura da Geração Z mostra que ler não deixou de existir, apenas mudou de forma. Ao combinar tecnologia, socialização e narrativa, esses jovens apontam caminhos possíveis para renovar o vínculo com os livros. Em vez de anunciar o fim da leitura, o momento atual revela uma geração disposta a reinventá-la.