Falar sobre dinheiro ainda é um desafio para muitas brasileiras. Curiosamente, conseguimos compartilhar assuntos íntimos com amigas, mas raramente perguntamos sobre salários, investimentos ou dívidas. Essa barreira cultural, que mistura vergonha, medo e culpa, começa cedo, com frases que moldam o comportamento das meninas e limitam sua autoconfiança — por isso, colocar a responsabilidade financeira das mulheres no centro da conversa é urgente.
Segundo o IBGE, as mulheres representam 51,5% da população e são responsáveis por 49,1% dos lares. Porém, recebem apenas 73,9% da renda dos homens. Entre mães solo negras com filhos pequenos, a realidade é ainda mais dura: 72,2% vivem na pobreza. Essa combinação de baixa renda e responsabilidades domésticas intensifica a vulnerabilidade financeira.
Mulheres chefes de família: um retrato urgente sobre responsabilidade financeira
O protagonismo feminino na chefia de lares revela força, mas também desigualdade. O SPC Brasil mostra que 89% das mulheres que guardam dinheiro optam pela poupança, considerada conservadora e pouco rentável. Em um cenário em que elas já ganham menos, escolher investimentos de baixo retorno limita o crescimento patrimonial e dificulta a construção de autonomia financeira.
Ao mesmo tempo, 50,4% dos inadimplentes no país são mulheres, indicando que a falta de planejamento e de acesso a educação financeira impacta diretamente o equilíbrio das contas.
Quebrando o tabu e construindo autonomia
É hora de ampliar o diálogo. A responsabilidade financeira das mulheres não é “coisa de quem entende de economia” nem “só para ricos”. É possível começar com valores baixos e buscar alternativas mais rentáveis que a poupança, respeitando o perfil e os objetivos pessoais.
Planejar, investir e compartilhar experiências com uma rede de apoio fortalece a confiança e promove independência. Ao transformar dinheiro de tabu em pauta aberta, quebramos ciclos de insegurança e criamos oportunidades para realizar sonhos, desde viagens até cursos que ampliam perspectivas.
A mudança começa na conversa — e se fortalece na ação. Para aprofundar-se em educação financeira, acesse Banco Central do Brasil e conheça programas de orientação.