Categoria Cotidiano

Estudo pretende ensinar humanos a identificar emoções dos cães

Estudo da ASU mostra que humanos interpretam emoções dos cães de forma invertida, revelando vieses que afetam cuidados, vínculos e bem-estar dos animais.

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A compreensão das emoções dos cães é uma possibilidade, após pesquisadores da Universidade Estadual do Arizona revelaram que humanos tendem a interpretar os sinais caninos de forma invertida. Ao longo dos testes, os cientistas observaram que um tutor feliz pode ver tristeza no pet, enquanto alguém abatido pode julgar o animal como mais animado. Esse contraste amplia o debate sobre comportamento animal e mostra como nosso humor direciona a percepção das emoções caninas.

Logo no início das análises, os pesquisadores registraram reações de três cães em situações positivas, negativas e neutras. Eles exibiram o material a grupos distintos de estudantes, que avaliaram expressões como alegria, calma e tristeza. Embora o humor dos participantes tenha mudado com os estímulos visuais, a leitura que faziam dos vídeos seguiu rota própria e evidenciou que os mecanismos humanos de interpretação não se aplicam diretamente às emoções dos cães.

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Variações das emoções dos cães e caminhos futuros

Para reforçar a conclusão, a equipe testou imagens exclusivamente caninas, e o padrão se repetiu. Como explicou o pesquisador Holly Molinaro, “todos aqueles que viram as imagens dos cães felizes classificaram os cães como mais tristes”. O resultado ampliou a discussão sobre como tutores enxergam os sentimentos dos cães, especialmente quando carregam emoções humanas fortes.

Na etapa seguinte, o estudo revelou que apenas assistir aos vídeos elevava o humor das pessoas, mesmo quando os cães demonstravam sinais negativos. Essa descoberta, portanto, abre espaço para entendermos como os animais influenciam nossa avaliação emocional e reforçam a importância de observarmos as emoções caninas com mais consciência. Conforme observa a pesquisadora Juliana Gebrim, o funcionamento psicológico humano não se replica na leitura das emoções dos cães, o que exige atenção constante dos tutores.

Em paralelo, especialistas destacam que confusões na leitura podem gerar manejo inadequado, afetando bem-estar, comunicação e vínculos. O psicólogo clínico Miguel Bunge lembra que muitos tutores confundem sinais de estresse com alegria, reforçando a necessidade de consciência emocional. Conforme estudos como Beetz et al. (2012), interações com pets reduzem cortisol e aumentam ocitocina, o que amplia a noção de cuidado empático e favorece vínculos saudáveis.

Nesse cenário, cresce o interesse por pesquisas que aprofundem cognição, percepção e empatia entre espécies. A ciência indica que compreender esses vieses favorece decisões melhores, fortalece relações e promove bem-estar. Ao iluminar essas lacunas, o estudo inspira um futuro no qual humanos cuidem mais dos pets, aprendendo a reconhecer as emoções caninas e, ao mesmo tempo, a compreender mais sobre si mesmos.