Ser mãe não deveria custar tão caro. Contudo, a realidade mostra que a maternidade e mercado de trabalho ainda formam uma equação desigual. É justamente para repensar esse cenário que a B3, em parceria com o Push Finanças, promove em 22/09 o painel #MotherMath, na Arena B3, em São Paulo, com ingressos presenciais e online.
O encontro reunirá vozes relevantes, como Manuela Bordasch, cofundadora da Steal The Look; Ana Buchaim, diretora de Pessoas, Marketing, Comunicação e Sustentabilidade da B3; a modelo e ativista Rita Carreira; e Gabi Bradt, fundadora do Push. Assim, o objetivo é mostrar, com dados e histórias, os custos ocultos da maternidade e como transformá-los em oportunidades de desenvolvimento social e econômico.
Maternidade e mercado de trabalho em números
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD, IBGE), mais de 11 milhões de mulheres deixaram a força de trabalho em 2022 para cuidar dos filhos e da casa. Além disso, mães solo têm renda média de R$ 2.105, valor 39% menor que o de homens casados com filhos, segundo estudo do FGV-IBRE. Outro dado marcante é que mulheres dedicam mais que o dobro do tempo diário a tarefas domésticas em comparação aos homens — 225 contra 75 minutos.
Esses números evidenciam a urgência do debate. Conforme o 1º Relatório Nacional de Transparência Salarial (MTE, 2024), a diferença média de rendimento entre homens e mulheres chega a 19,4%. Portanto, quando a maternidade entra em cena, o desafio da equidade salarial se amplia. Ainda segundo a pesquisa Catho 2025, 83,7% das mulheres já foram questionadas sobre filhos em entrevistas de emprego, e 38% acreditam que recebem salários menores por serem mães.
Caminhos de esperança e inclusão
Apesar das barreiras, há sinais de mudança. No Rio de Janeiro, por exemplo, a participação de mães no mercado de trabalho subiu de 58,3% para 67% entre 2021 e 2024, acompanhada de queda no desemprego. Esses avanços mostram que políticas de inclusão, capacitação profissional e flexibilidade no trabalho podem gerar impacto positivo. Além disso, iniciativas de diversidade corporativa ampliam o potencial produtivo e a pluralidade de perspectivas dentro das empresas.
Ao promover o painel, B3 e Push Finanças reforçam que a maternidade e mercado de trabalho não precisam ser forças opostas. Pelo contrário, quando mães têm condições de permanecer ativas e valorizadas, a economia brasileira se fortalece com mais inovação, equidade salarial e diversidade de trajetórias.