Na tentativa de enfrentar os impactos sociais do jogo problemático, o governo federal anunciou nesta semana sete medidas inéditas para proteger a saúde mental de apostadores. A iniciativa reúne diferentes pastas ministeriais e busca oferecer suporte direto a quem enfrenta dificuldades com apostas de quota fixa. Assim, fortalece tanto o acolhimento em saúde pública quanto a prevenção de danos.
Diretrizes para a saúde mental de apostadores
De acordo com a Agência Brasil, o plano inclui a criação de uma plataforma nacional de autoexclusão. Essa ferramenta permitirá ao cidadão bloquear, de uma só vez, todos os sites autorizados de apostas. Além disso, será disponibilizado um curso autoinstrucional de 45 horas para 20 mil profissionais da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) do Sistema Único de Saúde (SUS). Com isso, o atendimento a pessoas em situação de vulnerabilidade causada pelas apostas deverá se tornar mais rápido e uniforme.
O pacote traz também diretrizes mínimas de atendimento no SUS, bem como a elaboração de materiais educativos voltados a atletas. Essas publicações abordarão a integridade esportiva e a prevenção à manipulação de resultados, tema cada vez mais sensível diante da expansão do mercado de apostas no país. Em complemento, haverá um Comitê Permanente de Prevenção e Redução de Danos Relacionados a Apostas, responsável por coordenar políticas de cuidado em saúde mental.
Campanhas e impacto social
O plano prevê ainda campanhas de comunicação para conscientizar a população sobre riscos do jogo problemático e recursos de apoio disponíveis. Segundo o Ministério da Fazenda, as medidas combinam prevenção, assistência e proteção social. Assim, buscam reduzir efeitos como o endividamento, a perda de vínculos familiares e o adoecimento psicológico. Ao integrar saúde, esporte e comunicação pública, a proposta pretende criar um ambiente mais seguro e de autocuidado.
As sete medidas formam um conjunto pioneiro de políticas públicas voltadas à saúde mental de apostadores no Brasil. Especialistas afirmam que, ao investir em formação profissional, prevenção e ferramentas de autocontrole, o país dá um passo decisivo para equilibrar a expansão das apostas com o cuidado aos cidadãos. Esse avanço sinaliza um futuro em que a regulação e a proteção caminham juntas, reforçando a confiança em soluções que priorizam dignidade e bem-estar.