Setembro marca um período de conscientização e mobilização em torno da inclusão, especialmente com o Dia Nacional da Luta da Pessoa com Deficiência, lembrado em 21 de setembro. A data reforça a importância de políticas e iniciativas que assegurem acessibilidade em todos os espaços sociais, culturais e educacionais. No Brasil, onde mais de 18 milhões de pessoas declararam algum tipo de deficiência no último Censo do IBGE, cada ação de inclusão representa um passo importante. Por isso, iniciativas culturais aparecem como exemplos práticos de cidadania.
Pessoa com deficiência e cultura acessível
Segundo a Agência Brasil, no Rio de Janeiro, dois dos principais equipamentos culturais abraçaram a causa: o Museu do Amanhã e o Museu do Jardim Botânico. Ambos lançaram iniciativas inovadoras que valorizam a experiência de pessoas com deficiência. No caso do Museu do Amanhã, a instituição inaugurou a sala de autorregulação, equipada com luz ajustável, variação de cores, óculos escuros e abafadores de ruídos. Assim, visitantes neurodivergentes encontram um espaço acolhedor sem necessidade de agendamento.
Além disso, o museu apresentou o robô Ma.IA, que orienta visitantes por meio de assistência sonora em trajetos como elevadores e banheiros. Junto a essa tecnologia, a equipe implementou um mapa sensorial e recursos narrativos visuais, ampliando a experiência de pessoas com deficiência motora e visual. Segundo Camila Oliveira, gerente de Conteúdo, “a visita se transforma em uma experiência de coparticipação, em que a pessoa encontra um espaço que se reorganiza com ela”.
Programação inclusiva no Setembro Verde
As ações também se estendem ao Setembro Verde, mês de mobilização pela inclusão. O Museu do Jardim Botânico promove uma edição especial do Domingo Acessível, com atividades educativas e sensoriais voltadas para pessoas com deficiência e seus acompanhantes. Entre as iniciativas programadas, estão materiais táteis, mediação em Libras e experiências que estimulam autonomia e protagonismo.
Para Arthur Garcia, vice-presidente da Associação Nacional para Inclusão das Pessoas Autistas, iniciativas como essas reafirmam a importância de ouvir os próprios beneficiários. Nesse sentido, ele reforça que “quando uma ação é construída a partir da escuta das pessoas autistas, você afirma que a existência delas é valiosa”.
O Dia Nacional da Luta da Pessoa com Deficiência e o Setembro Verde evidenciam que inclusão não deve se restringir a datas específicas. Ao contrário, museus e instituições culturais demonstram que é possível transformar espaços em ambientes mais acolhedores. Dessa forma, essas práticas inspiram outras áreas da sociedade a seguirem o mesmo caminho. Portanto, ao unir tecnologia, sensibilidade e diálogo, o Brasil avança na construção de uma cultura verdadeiramente acessível.