O quiabo remove microplásticos e se apresenta como uma das soluções mais promissoras contra a poluição. A pesquisa, publicada na revista científica ACS Omega, mostrou que extratos de quiabo e feno-grego funcionam melhor que polímeros sintéticos usados no tratamento da água.
Nos testes, os cientistas da Tarleton State University, no Texas, alcançaram índices impressionantes. Os extratos removeram até 93% dos microplásticos em água doce e chegaram a 80% em água do mar e subterrânea. Isso acontece porque os polissacarídeos do quiabo atuam como floculantes naturais. Assim, as partículas de plástico se unem, formam flocos e afundam, facilitando a separação.
O que é o estudo e como o quiabo remove microplásticos
A pesquisa foi liderada pela cientista Rajani Srinivasan. O time aplicou apenas 1 grama por litro de extrato vegetal e obteve resultados em 30 a 60 minutos. Segundo a pesquisadora, essa técnica representa uma alternativa biodegradável e não tóxica. Ou seja, reduz impactos ambientais sem introduzir substâncias químicas nocivas no processo de tratamento.
Os testes também mostraram diferenças de desempenho. O quiabo foi mais eficiente em ambientes marinhos, enquanto o feno-grego se destacou em águas subterrâneas. Já em águas naturais, a combinação das duas plantas apresentou resultados consistentes. Portanto, a diversidade de cenários reforça o potencial da solução em diferentes contextos.
Importância e impacto para o futuro
Esse avanço científico abre caminho para inovações no saneamento básico. Em especial, pode beneficiar comunidades que ainda não têm acesso a tecnologias sofisticadas de purificação. Além disso, o uso de vegetais comuns, baratos e disponíveis em várias regiões pode transformar a forma como enfrentamos a poluição por microplásticos.
Ainda será preciso ampliar os testes em escala real. No entanto, os indícios já são animadores. Essa solução natural pode tornar o tratamento de água mais sustentável, reduzir custos e garantir maior acesso à água limpa. O quiabo, conhecido na culinária, ganha agora um novo papel: o de aliado do meio ambiente.